sábado, 10 de dezembro de 2011

Festival Promessas: presente da Globo ou fraqueza do "Gospel"?

Por Antognoni Misael 
Após exercer sua pedagogia entorpecente de viciar as irmãzinhas em suas novelas, cauterizar os "irmãos crentassos" no futebol do domingo a tarde e de uma forma geral, apreender a atenção do “rebanho gospel” nas noitadas dos Big-Brother’s, a Rede Globo presenteia a massa evangélica com uma programação específica – “O Festival Promessas”. Ufa... Que bom! Agora a boiada crente não precisará se desviar para as programações seculares da Globo, muito pelo contrário, abandonará os programas perniciosos para tão somente se voltar aos louvores cantados pelos representantes do “Gospel” nacional. - Será?!
Para uma grande maioria de cristãos, a presença dos “astros” do gospel na telinha global significou uma vitória e um marco na história da música evangélica. - Eu não acho nada disso!! Não pelo fato de se estar nela, mas pela forma e circunstâncias de como isso está ocorrendo. Se antes de serem globais, o “brilho” desses astros já extrapolaram o exclusivismo, estrelismo, e valor de mercado, imaginem agora o quanto o passe desses abençoados serão valorizados? Fico pensando... quanto custará um show do "Davi Sacer global" após o Troféu Promessas? Ou, o quanto custará uma ministração da "Ana Paula Valadão global"?
O que trago abaixo são algumas considerações vistas a partir do meu lugar social:
- A Globo não está interessada em divulgar o Evangelho de Cristo – seu núcleo é abalizado numa crença mística entre espiritismo e ocultismo.
- Após perceber o crescimento substancial dos fiéis da IURD, os quais (in)diretamente contribuem para enriquecimento da emissora, logo cuidou de entrar nesse campo de disputa onde o fator religioso passa a ser determinante para exercer o domínio sobre as massas.
- Ao perceber que a população evangélica já chega aos 15% do total no Brasil, tornou-se sensato montar uma estrutura de consumo (programações, produtos, CDs, livros, shows, etc.) para esse percentual. - Quem duvida que num futuro próximo não exista um Big-brother só para crentes? (#PREMUNIÇÃO)
- A marca "Gospel" tem se mostrado bastante rentável. Isso fez com que a Som Livre, rapidamente fechasse contrato com algumas estrelas do segmento. Nesse pano de fundo, também se comporta a disputa de gravadoras da Record x Globo.
- Essa situação gera desconforto no sentido de que a Globo, uma vez que conectada a Som Livre, formatará metas de venda e valorização dos seus produtos, agenciando sempre que lhe interessar, a utilização dos seus parceiros de contrato em aparições em programações diversas, manipulando-os e usufruindo-se do relativismo religioso que tanto se adequa a diversidade religiosa das massas.
- Já os queridos astros, na desculpa de que estão levando a Palavra a Nação, correrão sérios riscos como: apresentar um Evangelho distorcido, adaptado, relativo ( a exemplo do que ocorreu com Ludmila Ferber no Faustão), cair na tentação de propostas comprometedoras, passar por vexames , situações indesejadas, ou tornarem-se até mesmo paparazzos de Gezui$ (...) e por aí vai um tanto de possibilidades.
- Como a Globo se interessa somente por uma música comercial estandardizada – basta notar os comerciais do vários artistas do sertanejo universitário (mais do mesmo)  – cuja estrutura decorre de uma padronização, e ao mesmo tempo possuindo detalhes que as diferenciem uma das outras, como um ritmo ou uma letra, percebeu no gospel comercial essa capacidade de produção-consumo padronizado e pretende levar a sério esse mercado.
- Canções do gospel são facilmente identificáveis pelo ouvinte, não requerendo esforço ou atenção concentrada no seu processo de escuta. Isto é, que através do método da repetição, alojam no público as frases e refrões de efeito, e num segundo momento, celebram o sucesso e legitimação dos seus hits a exemplo do “entra na minha casa...”.
- Os talentos “globais do gospel” se inserem nessa lógica de estandardização, e neste caso, a fórmula atual é cantar sobre milagres e promessas, para isso já há o chavão comercial que reforça as estratégias de mercado: “Você adora, a Som Livre toca”. Fico pensando: quem está se aproveitando de quem? - Não dá pra ser tão nonsense acreditando que a Globo foi tão comovida pelos mantras! 
- Por último, em meio a toda essa engrenagem que envolve mídia, gravadoras, audiência e lucro, existe o desejo ínfimo destes artistas globais de (...) glorificarem a Deus.
- Pra encerrar, quero deixar meus pêsames aos queridos irmãos e grupos: Stênio Marcius, Jorge Camargo, Tiago Vianna, João Alexandre, Crombie, Josué Rodrigues, Nelson Bomilcar, Baixo e Voz, VPC, Grupos Logos, Carlinhos Veiga, Gladir Cabral, Gerson Borges, Carol Gualberto...  – Galera, não deu pra vocês dessa vez! Aliás, quem são vocês mesmo?

15 comentários:

  1. Misael:

    Vejo dois problemas: um é o que vc colocou no texto (o gospel sendo engolido pela Globo e outras mídias) e o outro, a dificuldade que temos de divulgar decentemente nosso trabalho.

    As pessoas não nos conhecem por nossa culpa também (preconceito com qualquer meio midiático, falta de empreendedorismo, nos achamos auto-suficientes, nos achamos melhores que os outros). Enfim, fazemos muito diagnóstico (muitas vezes incorreto!), mas não nos propomos a resolver o problema de forma profissional.
    Para não ser injusto, devo lrmbrar que o único meio decente que tivemos de popularizar de forma mais profissional a MPB cristã até hoje foi o site Plataforma (Jáder Gudin e Davi Heller).

    Precisamos sentar com o pessoal bacana do gospel (eles existem; são subversivos dentro do sistema) e aprender com eles como divulgar e distribuir melhor nossa música. Aí, as pessoas poderão pelo menos ter a chance de saber "quem somos nós", como você provocou no final do seu texto...

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  2. O Evangelho puro e verdadeiro fica de lado com essa "aliança" Globo-Artistas. Quem perdem são esses artistas e seus fiéis seguidores.

    Renan

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  3. Concordo inteiramente com o texto. Estamos observando um seríssimo e perigosíssimo padronização do gosto no meio gospel, criando músicas só sobre prosperidades, promessas e milagres. Aonde estão os "levitas" que supostamente se intitulam-se assim?

    Claro que um cantor gospel deve divulgar seu trabalho, mas o vemos é a formação de um perigoso caminho, onde estaremos entrando dentro da cultura de massa que manipula e distorce, e forma sentido, uma realidade que é vivida por milhões de pessoas, e pior, tudo isso será manipulado por seculares, Som Livre, Globo etc.

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  4. Na verdade o gospel já estava sendo transformado em NEGÓCIO ao invés de apenas pregar o evangelho, agora então vão querer transforma-lo em ATRAÇÃO para manter os crentes em casa; coisa que já vem acontecendo; o número de crentes que 'servem a Jesus em casa' vem aumentando; esse é o intúito de satanás trazer o evangelho 'CRENTES NÃO PRATICANTES' "e na guerra novamente se encontra o coitado do dízimo que se não for pra igreja vai para a emissora."

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  5. a globo parece sempre "acender uma vela pra Deus e outra pro diabo" conforme o ditado popular! ótimo comentario toni!!

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  6. É triste ver pessoas felizes por seus artistas prediletos aparecer na televisão.

    Eu ficaria feliz no dia que a Rede Globo glorificar o nome de Deus, e não, o "poder de compra" dos evangélicos ao adquirir seus CDs originais.

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  7. bem fico imaginando se esses caras ou seja os artistas gospel cantssem um hino da harpa o 422 no ceu nao entra pecado ou algum do cantor cristao ou hinario tradicional que denuncia o pecado e exalta cristo se iriam cantar ai na rede ?

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  8. Concordo com o Texto.
    Òtimas colocações.
    Tomei a liberdade de colocá-lo em meu blog www.penseteologicamente.blogspot.com, com as devidas referências de autoria.

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  9. Concordo plenamente com o texto,tem artista pensando somente em fama e deixando o verdadeiro evangelho de lado.

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  10. Além de todos os pontos brilhantemente observados por você Toni, eu ainda vejo mais um: Através dessa imagem de "muy amiga do evangelho" que a globo tenta passar, está, de modo implícito, a intenção de legitimar suas práticas e ideias ocultistas e satanistas perante o proprio povo cristão. Maquiando com pó evangélico sua face macabra, e, com isso, confundindo a muitos. E essa tentativa ainda ganha reforço de lideranças que eu não sei se estão embriagadas com a euforia da notoriedade ou corrompidas pela ganância do "ter".
    Parabéns meu caro! Excelentes texto e tema.

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  11. Prezados, concordo plenamente com o prezado irmão, e fico feliz de perceber que quando estamos no mesmo Espírito, não nos deixamos enganar nem nos conrromper pelas investidas do sagaz enganador, mas infelizmente vejo que isso levará milhares de ditos cristãos aos caminhos contrários aos que o Senhor Jesus traçou para cada um de nós. Mas também creio que ao seu tempo, Deus trará a verdadeira face deste evento que também vi muito comercio, e muita vontade de distorcer o verdadeiro evangélio de Cristo. E os superstar gospel, que se cuidem diante de Deus.

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  12. Seja por bem ou por mal, Cristo está sendo pregado. Alguma semelhança com algum versículo que os irmãos tão sábios conheçam?

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  13. Dentre tantos outros artigos do blog, confesso ser esse o que mais me preocupou. Muito se fala na utilização das "mídias de massa" como ferramenta para difusão do Evangelho genuíno, contudo não é levado em conta qual é a melhor opção para tal. Jugo que neste caso não poderia haver pior escolha. Como brotara da mesma fonte água boa e ruim ao mesmo tempo? Como saíra do mesmo "canal" benção e maldição? Infelizmente assistimos da poutrona do conformismo essas coisas... vlw tony... sempre sábias suas palavras

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  14. Eu vejo as pessoas sempre concordando com seu texto, por vezes eu também concorco, mas é muito fácil sentar na frente de um pc e falar o que acha ou sente, dificil é você tentar resolver a situação com atitudes.
    Ja que você se mostra como um estudioso do assunto (claro, ninguem postaria semo tal conhecimento), porque não propoe algumas dicas para que possamos mudar esse rumo?
    Apontar e dzier o que está errado eu também faço, e acho fácil, dizer como se deve concertar é outra história.
    No mais, foi um bom texto. Parabéns

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  15. Meus amigos, eu to querendo é novidade. A Globo é uma empresa e toda empresa visa lucro. O gospel é um Mercado, e atua nele quem quer comprando ou vendendo algum produto. Não vejo problema nenhum em qualquer emissora ter interesse nesse nicho, ou em qualquer evangélico querer assistir ao artista de sua preferência na televisão. O que realmente me aborrece é a falta de coerência dentro da maioria das igrejas evangélicas, onde muitas vezes a proclamação do evangelho é colacada de lado, tendo em vista um substancial crescimento da arrecadação. Isto sim é lamentável. O GOSPEL é mercado mesmo, enquanto uns vendem iates e aviões, outros vendem verduras e condimentos, o que resta é saber o que se quer, o que se sabe, e o que se tem competência pra vender. Essa é a lei da vida, da sociedade enquanto megaorganismo vivo e dinâmico. Pura perda de tempo remar contra a maré e ficar sempre batendo na mesma tecla. DESENCANA!

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