terça-feira, 1 de abril de 2014

EU POSSO JULGAR O MALAFAIA?! (sobre a entrevista com Danilo Gentili)


Anteontem foi ao ar uma entrevista com o Silas Malafaia no programa The Noite. Num espaço de aproximadamente vinte minutos, o entrevistador Danilo Gentilli, astro do late show do SBT, cutucou pouco o pastor-presidente da Assembléia de Deus Vitória em Cristo. O Ultrage a Rigor, banda do programa, tocou uma música intitulada “Money” durante a entrada de Malafaia. O tema foi escolhido, segundo o vocalista (Roger), porque o Silas é “a favor de que as pessoas ganhem mais dinheiro”. Vejam como a imagem desse pastor já está vinculada a famigerada Teologia da Prosperidade.


Assisti o programa ontem, graças ao YouTube, e por incrível que pareça pensei que ouviria mais heresias do que ouvi. Considero o já citado pastor um herege que presta um desserviço a causa do verdadeiro Evangelho pregado por Cristo e disseminado pelos apóstolos. Mas de ruim mesmo ele só falou que “O trabalho da Igreja Universal é um trabalho fenomenal” e que “dinheiro é um dos maiores temas da Bíblia”. Esta última frase foi reiterada pelo mesmo: “Finanças é um dos maiores temas da Bíblia”. Fez jus a música tocada em sua entrada.


Finanças, um dos maiores temas da Bíblia? Desde quando? A Bíblia fala sobre pecado, justiça e redenção. A Bíblia fala da soberania divina, da natureza caída do ser humano e da morte vicária de Cristo para lavar e redimir os seus eleitos. De finança, quem entende e fala muito é o Sr. Mike Murdock, mentor do Silas. Já em se tratando de Escrituras, ambos não entendem e deturpam a verdade sagrada.


Agora tem aqueles que dizem que eu não posso julgar, baseados em Mateus 7: 1: “Não julgueis para que não sejais julgados”. Gostaria de informar que Jesus não proíbe qualquer tipo de avaliação crítica. Se fosse assim ele não teria dito logo depois: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem” Mateus 7:6. Como discernir quem são os cães e quem são os porcos? Sem julgamento de valor seria impossível. O próprio Cristo, em diversas ocasiões criticou abertamente a postura dos fariseus e a estes chamou de hipócritas.


O Sermão do Monte é a antítese da interpretação farisaica da Lei. Jesus através deste sermão interpreta corretamente aquilo que foi registrado por Moisés e pelos profetas. Existe ali uma crítica a forma como os fariseus se portavam, condenando efusivamente os que destoavam de suas práticas. Era típico do farisaísmo apontar os erros das demais pessoas e esquecer de olhar para si. O fariseu gostava de se auto justificar. Seu julgamento era meritocrático e ele se via como um exemplo de conduta moral e religiosa (lembram da parábola do fariseu e do publicano?).


Definitivamente, Jesus não nos proíbe de opinar ou criticar algo ou alguém. Se é proibido julgar, como proceder diante de tal declaração: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”. Mateus 7:15? Para nos livrarmos dos falsos pregadores da Palavra temos que ter discernimento crítico e julgar os seus frutos. É pelo fruto que se conhece árvore (Mateus 7:16). Jamais poderia julgar alguém me colocando como o parâmetro de bondade e retidão, tal como faziam os fariseus. É hipocrisia diminuir as suas faltas e aumentar as do seu próximo. Somos filhos de Adão, depravados pelo pecado e não há nada de bom em nós mesmos. Mas se usarmos a Palavra como norma para nos blindarmos dos falsos ensinamentos, estamos procedendo bem e agindo de acordo com João 7: 24, estamos julgando segundo a reta justiça.


Todavia, há quem ainda pense assim: “concordo que devemos julgar e combater as heresias, mas citar o nome da pessoa é desnecessário e antiético”. Será mesmo desnecessário citar o nome do herege que dissemina uma inverdade escriturística? O Dr. Paulo Romeiro usa uma boa ilustração em seu livro Evangélicos em Crise: “Imagine o leitor se há um remédio sendo comercializado, trazendo perigo de morte à população. Certamente as emissoras de rádio e TV não conseguiriam prestar um serviço ao público levando ao ar o seguinte anúncio: ‘Informamos que há um remédio sendo vendido nas farmácias que poderá levá-lo à morte. Desde que não vamos citar o nome do remédio, tente descobrir por você mesmo’. Não seria isso um absurdo? Quando alguém descobrisse que remédio é esse, já seria tarde demais”.


A analogia é perfeita e casa com a maneira em que os apóstolos agiam diante de pessoas que punham em risco a sã doutrina e a comunhão dos santos. João fala mal de Diótrefes (3 João 1:9). Paulo é mais severo ainda. O apóstolo aos gentios diz a Timóteo que entregou a Satanás os blasfemadores Himiteu e Alexandre (1 Timóteo 1:20). Possivelmente, o mesmo Alexandre é citado na segunda carta enviada a Timóteo. Paulo diz que ele foi causador de diversos males e roga para que Deus o julgue segundo as suas obras (2 Timóteo 4:14). Na mesma carta, cita Figelo e Hermógenes como líderes dissidentes da Ásia (2 Timóteo 1:15).


Diante de tudo que foi exposto eu quero elencar alguns pontos:


1. Eu posso julgar o Silas Malafaia. Não só ele, mas qualquer outra pessoa. O que não posso fazer é julgar de maneira hipócrita e embasado na minha retidão.


2. A Bíblia é o nosso parâmetro. É a partir dela que diferenciamos o certo do errado. Não devemos opinar com achismos e nem defender – indulgentemente - pessoas em detrimento da Palavra. Nosso compromisso é com o Evangelho e não com os evangélicos.


3. Devemos reconhecer o quão pecadores somos. Apontar o erro dos outros é a coisa mais fácil do mundo. Difícil é olhar pra dentro de si e tal como Paulo exclamar: Miserável homem que sou! Apenas o Espírito Santo e seu poder regenerador nos dão condições para que nos tornemos retos diante de Deus.


Sola et Tota Spriptura


***


O texto é de Por Thiago Oliveira, mano que lá de Recife demonstra a sua subversividade em relação a teologia da prosperidade e seus estandartes.

6 comentários:

  1. Foi um dos melhores textos que li acerca do julgar. Simples e claro. Vamos ver o que meus queridos irmãos defensores desses inimigos de Deus dizem desta vez.

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  2. Ei irmão, tu deve ser mesmo um cara que tem um verdadeira intimidade com Deus né?
    Pq vc se acha no direito de sair falando de todo mundo assim como se tu nunca errasse? Ou mesmo fosse um cara que conhecesse mesmo absolutamente TUDO e colocasse TUDO em PRÁTICA. Vc deve ser mesmo um homem que nunca peca ou mesmo fica vendo os outros só pra falar mal.
    Só sabe falar mal?
    O Silas é um grande homem de Deus!
    Conhecedor da palavra e tem uma vida exemplar diferentemente de muitas pessoas por ai.
    E se vc gosta tanto de julgar, olhe pra vc!
    Olhe pra sua casa, olhe pra sua família, olhe para aqueles que estão ao seu redor e faça alguma coisa!
    Quer julgar?
    Pois julgue a vc mesmo, mas não de uma maneira em que vc se ache o melhor de todos, mas olhe com um olhar verdadeiro dizendo pra vc mesmo: "Será que eu tenho toda essa 'autoridade' pra falar mal de todas essas pessoas? Será que o que eu falo delas eu vivo?"
    MEDITE!!!

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  3. Thiago Silva de Oliveira3 de abril de 2014 às 21:08

    Sérgio;

    1º A autoridade de julgar não procede de minha opinião. como digo no texto, a Bíblia é o parâmetro.
    2º Não me considero melhor que ninguém e falo isso no texto, veja o último ponto do artigo.
    3ª Olho para mim todos os dias e sim, eu vivo na contramão daquilo que critiquei. Não sou adepto da Teologia da Prosperidade e embasado bíblicamente a refuto, pois é herética.

    Att;

    Thiago Oliveira

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  4. Acho engraçado, que se falar mal de Jesus, quase ninguém se incomoda. Agora quando se critica um falso profeta da prosperidade do aladin. Aparece um monte de defensores.

    Só defende esse cara, quem não conhece a bíblia.

    Infelizmente a realidade é essa. Ele começou bem, mas com o tempo ele trocou de Deus, agora o Deus dele é o dinheiro.

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  5. É muita alienação que cansa, eu, sinceramente, cansei!!!! Silas Malafaia existe por causa de Sérgios e mais Sérgios, e não só, as igrejas evangélicas estão longe do evangelho, tá certo que nem todas exageram como a do sr Silas Malafaia, mas no geral, até as históricas estão longe. Evangelho é liberdade de consciência, é amor incondicional, é graça imerecida, é se arreganhar ao Absoluto, ao banquete infinito das bênçãos de Deus. Me cansa! ''Onde estiverem 2 ou 3 reunidos em meu nome, ali estarei...'' Essa reunião é a genuína comunhão de fraternidade, benevolência e caridade.
    ''A Bíblia sem a compreensão de Jesus é a porta aberta para promover a hipocrisia, insensatez e o paganismo.''

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  6. você gosta ou apoia alguém ou alguma igreja?
    só vejo críticas e maledicências.. meu Deus... tudo tem limite!!!

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