terça-feira, 10 de maio de 2011

Dossiê do Astro Gospel

Por Antognoni Misael
 Ser um astro gospel não é fácil. Administrar fama e grana não é pra qualquer um. Nessa mistura maluca de mercado e “adoração”, muita “unção” tem surgido como novidade fazendo com que os empresários da fé mexam mais e mais nesse caldeirão de investimento.
As performances impressionantes e melodias super emotivas não conseguem me comover quando parto para investigar o que pensam e fazem as estrelas da música gospel. Como ex-frequentador de shows, e testemunha de fatos pitorescos, escrevi um breve dossiê sobre o “astro gospel” cujas aparências, com certeza, não enganam:

o “astro gospel” se posta como uma celebridade cheia de exigências: toalhas caríssimas, bons camarins, transportes sofisticados, hospedagens em hotéis de luxo, entrevista com hora pré-marcada e muita privacidade;

o “astro gospel” para justificar sua fama, exige uma forte equipe de seguranças que o protege de frenéticos fãs que se auto declaram adoradores (extravagantes);

o “astro gospel” evita se apresentar em locais pequenos, igrejas, praças, escolas - quanto menor for o público, menor a notoriedade, e para se esquivar desse incômodo, cobram um alto cachê pra espantar rapidamente a negociação de pouca expressão;

para o “astro gospel”, tocar de graça nem pensar!  Mas há exceções, uma apresentação no Raul Gil, Faustão, Gugu, dá pra fazer sem cachê ou até pagar, pois cai bem para o marketing;

contratar o show de um “astro gospel” sempre custa caro pois visa cobrir as cláusulas contratuais e engordar a poupança do “letiva” do Senhor;

o “astro gospel” também costuma se vestir de uma capa de marketagem que vai de tratamentos de pele a novos hábitos no falar e no vestir, e tudo isso porque agora ele não mais se pertence, ele é um produto de investimento;

o “astro gospel” geralmente grava canções compradas, professa testemunhos duvidosos e sem autonomia alguma, por estratégia de mercado, sempre se adapta como camaleão ao modismo do momento;

se há uma coisa boa para o “astro gospel”, com certeza é viajar pelo país fazendo shows, só assim convertem o trabalho num turismo e suvenir frequente; esses shows estão mais comprometidos com o lucro do investimento do que com as almas alcançadas;

o “astro gospel” é uma figura de difícil acesso. Pra se chegar a ele é preciso fazer sacrifícios tipo: ir à porta do camarim e esperar longas na esperança de que ele(a) tenha um surto de simpatia, apareça e conceda, quem sabe, um autógrafo;

“astro gospel” olha e vê a massa, não a pessoa. Ele domestica consumidores, desconstrói adoradores;

o “astro gospel” não está comprometido com a saúde espiritual dos seus seguidores. Ele canta o que o povo quer ouvir, não o que precisa ouvir, além disso passa distante de ser um formador de opinião;

“astro gospel” não tem posicionamento teológico sobre o que crê. Muitas vezes não sabe nem o que canta, e entende mais de jargões do que de Bíblia;

“astro gospel” se parece mais com "astro global" do que com os "heróis da fé". Ostentam e almejam as mesmas coisa que as celebridades seculares sob a desculpa de que querem ganhar o Brasil para Cristo;


Pois bem. Quando você se encontrar com um desses “astros” e notar que existe nele boa parte desse dossiê, não duvide, as aparências não enganam! Ele é isso mesmo que você vê!

Chega de tanta mentira no meio dessa música gospel!



Um comentário:

  1. Gostei, tudo verdade!
    Esse artistas denominados "servos do senhor" não passam de oportunistas que usam o nome de DEUS pra se promoverem e ganhar muito dinheiro!

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