Por Antognoni Misael
(...) Um sapateiro perguntou a Lutero o que ele deveria fazer agora que conhecia o evangelho. Qual deveria agora ser o seu chamado? (...) A resposta do reformador foi surpreendente para o sapateiro, do mesmo modo que surpreenderia muitos de nós hoje: “Faça um bom sapato e venda-o pelo preço justo”. (HORTON, Michael. O cristão e a Cultura. 2ª Ed. São Paulo: cultura cristã, 2006) [p.18]
Faço deste pequeno relato uma reflexão a respeito do desafio de ser ético num mundo tão arbitrário que vivemos. Talvez muitos ainda não tenham atentado para o significado real de ser um “pequeno Cristo” no cotidiano, de ler luz, e alumiar os ambientes e pessoas ao nosso derredor. Alguns “ainda” pensam que Deus exige uma formalidade religiosa: ser pastor, presbítero, missionário, apóstolo, levita, diácono, obreiro, líder de célula, etc. Do que adiantará um bom título manchado por um currículo reprovado.
Não é preciso esforço pra encontrar gente se escondendo dentro do templo: profissionais desonestos, pais que educam mal seus filhos, patrões que exploram seus funcionários, pastores e padres que assumem o sacerdócio pela estabilidade financeira e não pelo amor e piedade.
Neste carrossel de interesses pessoais, o homem contemporâneo parece ocupar o lugar do príncipe de Maquiavel, o qual na defesa de seus sonhos e ambições faz o possível e impossível pra sempre sair ganhando em todas as relações de troca que enseje, seja esta afetiva, financeira ou de qualquer valor. O que fica subentendido nas entrelinhas desta pós-modernidade é que ser ético significa ser palerma, mané, distraído, quadrado, ou seja, ganhar pela ética é perder na relação, agir pela ética é deixar de lucrar.
Para a Igreja isso é triste. A ética é um ponto de luminosidade no mundo; agir a partir dela é dizer NÃO de forma retumbante ao curso pedagógico deste mundo. A ética, mesmo expressando-se numa atitude unilateral, individual, é sem dúvida um dos maiores exercícios de espiritualidade que o homem pode fazer.
Ser ético é adorar ao Pai em todos os instantes e em todos os lugares; é mostrar na prática que Jesus vive em mim.
Mto bom o texto! Realmente mto crítico o estado da ética cristã contemporanea. Deus nos ajude!
ResponderExcluirrealmente a banalização da etica no nosso meio é frequente, ainda mais num país como o Brasil,
ResponderExcluironde a sabedoria é confundida com a sagacidade,
e a inteligencia com a esperteza!