O espaço Nossa Arte Cristã deste mês traz a música e a poesia de Guilherme Kerr. Nascido em Araraquara, em 1953, Kerr é filho de pais presbiterianos. Muito embora tenha sido criado no cotidiano da igreja, deu uma de ‘rebelde sem causa’ na adolescência, vindo a se afastar da fé, passando boa parte de sua juventude em um caminho tortuoso. Em certa ocasião, em um grave acidente de carro quase teve sua vida ceifada.
Entre os anos de 1972/73 Guilherme Kerr teve sua fé firmada. Neste período ratificou sua atuação música tendo como principal influência o grupo musical Vencedores Por Cristo, com o qual teve uma longa história.
A princípio Guilherme não pensava em ser cantor e compositor, mas o seu envolvimento intenso com o VPC fez aparecer um talento muito apurado, chegando a ser respeitado e reconhecido no meio da música cristã.
Sua primeira canção gravada encontra-se no LP Se eu fosse contar (1972), mas sua participação prosseguiu em outros álbuns do VPC, inclusive no histórico De Vento em Popa (1977).
Os anos 80 foram especiais para Guilherme. Foi a época em que sua produção musical se estendeu e seu talento realmente se pôs em maior evidência. As parcerias com João Alexandre, Jorge Camargo, Luciano Garruti, Nelson Bomilcar, Sérgio Pimenta e, especialmente, com Jorge Rehder, amigo e vizinho de bairro, elevaram em qualidade e profundidade a sua obra como um todo.
Na companhia desses amigos citados ele produziu canções para:
- VPC: Louvor II (1980), Louvor III (1981), Louvor IV (1985), etc.
- Igreja Batista do Morumbi: Missões e Adoração I (1985), Vento Livre (1985), Missões e Adoração II (1986), Missões e Adoração III (1989).
Indico o trabalho de Guilherme Kerr à todos que apreciam uma boa música, e destaco especialmente o trabalho Consola meu povo: canções do profeta Isaías (2005), cuja musicalidade e letra são as das melhores que já vi no meio do repertório cristão. O som de Guilherme também bebe da influência do melhor da Música Popular Brasileira: os vocais, curvas melódicas, textura instrumental, poesia, forma e sensibilidade. Certamente lembra-nos grupos como Boca Livre, MPB 4, Flávio Venturine, assim como alguns cancioneiros do som rural, porém ao mesmo tempo passeando pelos acordes sofisticados do Jazz. Vale apena mergulhar em sua discografia. É rica e abençoadora!
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Fonte de pesquisa: SOUZA, Salvador. História da Música Evangélica: de 1554 a 2009. Brasília: Clube de Autores, 2011.
Gosto muito do seu trabalho. Eu tinha um livro de partituras que comprei há muitos anos; alguém "pegou emprestado" e não me devolveu. Lá há músicas suas adoráveis (Essência de Deus, Valeu Demais, Permanecer, Salmo 139...). Onde posso comprar outro exemplar?
ResponderExcluirGrata!