terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O circo e a igreja

Por Silvano Neri
O CIRCO
O circo é uma expressão artística, parte da cultura popular, que visa a diversão e o entretenimento dos espectadores.
Há referências sobre o circo desde a antiguidade. Durante o Império Romano, por exemplo, grupos de pessoas ganhavam a vida fazendo apresentações na rua, nas casas de famílias nobres ou até mesmo em arenas destinadas às apresentações (anfiteatros).
Na Idade Média, grupos de malabaristas, artistas de teatro e bufões (comediantes) viajavam pelas cidades da Europa com suas apresentações.
Porém, foi somente em 1769 que o circo ganhou o formato que temos atualmente. Neste ano, o inglês Philip Astley organizou as apresentações circenses, destinando também uma tenda de lona para as apresentações. Estas seriam itinerantes (com mudança constante do local de apresentação).
Embora enfrentem um período de crise na atualidade, os circos ainda fazem sucesso, principalmente nas reuniões do interior do Brasil. As apresentações contam com palhaços, shows musicais, malabaristas, mágicos e trapesistas.
O CRISTIANISMO E A IGREJA
Quando o Cristianismo surgiu, e durante os primeiros séculos de sua existência, os romanos eram os “senhores” do mundo. Não obstante o fato de que havia muitíssimas regiões fora do seu domínio, por que à parte que governaram foi aquela onde a civilização do mundo estava então realizando os seus notáveis progressos. Os habitantes desse império o consideravam como abrangendo o mundo, pois ignoravam o que existia alem das suas fronteiras. Além disso, o mundo Romano incluía todas as terras que seriam alcançadas pelo Cristianismo durante os três primeiros séculos da era Cristã.
Por volta do ano 50 d.C. o império romano abrangia a Europa ao sul do Reno e Danúbio, a maior parte da Inglaterra, o Egito e toda a costa ao norte da África, como também grande parte da Ásia, desde o Mediterrâneo á Mesopotâmia. Não era pela força que os romanos dominavam toda essas regiões, eles a governavam efetiva e inteligentemente, pois onde quer que estabelecesse seu domínio levavam uma civilização incomparavelmente superior á anteriormente existente naquelas terras. Com o seu império, os Romanos se tornaram os mais úteis instrumentos de Deus no preparo do mundo para o advento do Cristianismo.
A instituição chamada igreja cristã tem dois capítulos distintos em sua história: um de crescimento glorioso, de avanço destemido, de penetração ousada e outro de sofrimento, de martírio, de sangue derramado. Mas, a despeito da perseguição, em menos de meio século a igreja, sem recursos, sem meios modernos de comunicação e transporte, sem literatura alcançou o mundo inteiro, penetrou como fermento em todo o império romano. Cada crente era uma testemunha. Era um corpo vivo. No Império Romano a perseguição aos cristãos foi tremenda e horrível: Nero chegou ao poder em outubro do ano de 54. Era um homem insano, filho de Agripina, uma mulher assassina e perversa. Na noite de 18 de julho de 64, estourou um catastrófico incêndio em Roma. O fogo durou 6 dias e 7 noites. 10 dos 14 bairros da cidade foram destruídos pelas chamas vorazes. Segundo rumores este incêndio foi produto da loucura do próprio Nero, que o assistiu no alto da torre de Mecenas, no cume do Palatino, vestido como um ator de teatro, tocando sua lira e cantando versos acerca de destruição de Tróia. Pelo fato de 2 bairros onde havia a maior concentração de judeus e cristãos não terem sido atingidos pelo incêndio, Nero encontrou uma boa razão para culpar os cristãos pela tragédia.
Podemos vê aqui quão distintas nas suas propostas iniciais, sem espaço para qualquer comparativo. Fato que ao longo da história, trilhando um caminho oposto, observarmos que a proposta circense permanece ancorada nas suas raízes iniciais, enquanto que a igreja se deslocou da sua posição primária, se aproximando bruscamente dos ideais espetaculares do circo.  Chegando a seguinte conclusão: a igreja de hoje mais parece um circo, pelas similaridades que exponho abaixo:
A ANALOGIA
No circo existem domadores de leões, os quais respeitam suas limitações diante de tamanha ferocidade.
Nas igrejas, domadores de demônios, os quais travam verdadeiras entrevistas com os “bichos”.  Falam mais com os demônios durante os cultos do que com Deus em oração e leitura da palavra.
No circo quem comanda é o apresentador, sempre com respeito a sua platéia.
Nas igrejas “pastores” exibicionistas, que manipulam a platéia usando suas “neuroidiotices”, advindas de traumas e decepções durante o curso de suas vidas medíocres.
No circo existem os palhaços, que se divertem divertindo a platéia.
Nas igrejas, bobos espectadores, manipulados por palhaços engravatados no púlpito.
No circo tem acrobatas e trapezistas, com manobras plásticas e perigosas.
Nas igrejas, grupos musicais com performances extravagantes e sem compromisso com a honra e glória pertencentes a Deus.
No circo tem o picadeiro para as belas apresentações dos artistas circenses.
Nas igrejas, palco para ostentações das mais absurdas possíveis.
No circo todo espetáculo é direcionado ao público, de forma horizontal,
Nas igrejas de hoje em dia o “espetáculo” tem a mesma direção (a platéia) que é alimentada todos os dias, pelos famintos anseios do seu ego insano.  O qual deveria ser verticalizado, em direção ao Deus que merece toda honra, glória e louvor pelos séculos dos séculos amém.
Deixo claro aqui neste breve comentário acerca de um assunto tão chocante e provocativo, a não generalização do tema, pois graças ao Deus que é fiel à Sua palavra, ainda existem igrejas verdadeiras, as quais são sal, nesta terra apodrecida pela soberba humana.
II Timóteo 4.3 à 5
“3  Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4  E se recusarão a dar ouvidos a verdade, entregando-se às fábulas. 5  Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério”.
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Silvano Neri é amigo e irmão em Cristo. Fazia tempo que cobrava dele uma contribuição no Arte de Chocar, visto que ele é participante direto de várias conversas e que resultaram em muitas matérias escritas por nós.

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