quarta-feira, 6 de junho de 2012

Série: Observador McAlister [3]



Maurício Zágari: Como o senhor vê essas grandes concentrações, esses grandes eventos, como a Marcha pra Jesus, o Dia da Bíblia, essas mobilizações interdenominacionais?

Walter McAlister: Por si só, não trazem nenhum real beneficio. Certamente alegram a muitos por fazerem parte de um grande movimento.

Esses eventos são ensaios políticos, não no sentido de políticas partidárias, mas no sentido de hastear a bandeira, tocar cornetas e fazer todo mundo se sentir um pouquinho melhor a respeito do fato de que carrega a Bíblia porque é crente.

Mas a satisfação e alegria profunda de viver para Cristo não vêm dessas coisas. Esses eventos são de pouco proveito e, frequentemente, um grande desperdício de dinheiro e tempo.

Muita gente, grandes eventos, promessas em excesso, muitas cobranças financeiras, projetos faraônicos: esse processo faz com que a pessoa perca a sua identidade na massa. É como o torcedor de futebol que talvez não conheça o centroavante do seu time, mas se identifica com aquilo. O time não serve para ele a não ser para sua satisfação de fazer parte de algo. Existe muito disso na igreja hoje: “Nossa igreja está mostrando a cara, está marcando presença, estamos na televisão, marchamos pela rua”. É como torcer por um time. Mas a Igreja não deve acrescentar torcedores, e sim discípulos de Cristo, e isso compreende necessariamente um envolvimento pessoal.

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Pergunta de Maurício Zágari extraída do Livro “O fim de uma era”, respondida pelo autor Walter McAlister. Adquira o livro através deste link.

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