domingo, 25 de agosto de 2013

No meio do culto a energia acabou, o programa furou e Deus agiu!

blecautePor que será que nos surpreendemos quando no meio ou início daquele culto de domingo à noite, a principal de todas as reuniões da comunidade, de repente a energia elétrica acaba, todo o programa previsto vai para o espaço, e a conseqüência são depoimentos de surpresa e reconhecimento à ação maravilhosa de Deus?


Quantas e quantas vezes já presenciei e/ou ouvi de tais experiências!


Tanto nas igrejas com reuniões mais tradicionais ou litúrgicas com seus boletins em papel, quanto naquelas modernas com suas diversas variáveis como bandas de louvor, teatro, danças, pregação, avisos e letras de cânticos em multimídia, etc., ambas atualmente tão dependentes de uma articulação prévia para que o programa aconteça; e também naquelas mais informais, porém, também dependentes, só que da própria informalidade, parece que a falta da energia elétrica causa uma certa incerteza do que realmente irá acontecer, afetando assim todo o sentimento de previsibilidade.


Mas se é realmente isso que acontece, havemos de concordar que se trata de algo maravilhoso.


Estamos acostumados a prever ou “estruturar” os nossos “cultos públicos”, em alguns casos “organizando as sequências dos acontecimentos” para alcançar certos objetivos, ou “preparando o ambiente terreno para a ação sobrenatural de Deus”, ou ainda “promovendo uma forma para que o Espírito ali atue”, ou “determinando” segmentos de reuniões de acordo com ênfases em libertação, consagração, edificação, orações, evangelismo, missões, etc. Até quando nos propomos a inverter os momentos, a exemplo da vez em que iniciamos o culto com a “mensagem” para depois vir o período “de louvor”, com fins pedagógicos em relação a todos que só vêm no segundo momento “e deixam de adorar” continuamos a tentar prever as situações. E quando achamos que o momento mais importante é aquele em que Deus fala através do pregador e que todos os outros episódios “do culto” são como que etapas preparatórias para tal?


A pergunta, então, continua sendo a mesma: Quem está no controle? Realmente parece que desejamos isso a qualquer custo, embora inconscientemente aprisionados a um sistema no qual sequer imaginamos uma “ordem de culto” que não tenha, por exemplo, louvor e mensagem. É como se Deus também estivesse preso a um sistema em série para se manifestar aos Seus quando de uma reunião coletiva.


De repente, “falta energia elétrica”...


Como será, então, que ficarão os louvores sem o acompanhamento da banda? E a pregação sem a reprodução do amplificador? E os avisos? Como daremos continuidade a todo o planejamento realizado em função das informações que teriam que ser prestadas em alto e bom som? E o pessoal dos ministérios de artes que tanto duro deu para ensaiar as músicas, danças, peças teatrais e tudo mais? Terá sido todo o trabalho em vão?


Certamente Deus age onde quer, quando quer, como quer, para alcançar das mais diferentes formas quem ele quer, inclusive todos os voluntários dos mais diversos ministérios, mesmo que para isso tenha que promover um blecaute.


Será que Ele necessita da nossa criatividade?


O mais surpreendente mesmo é ouvirmos que “foi uma bênção... faltou luz e Deus agiu”. Da mesma forma que Ele pode, na Sua infinita misericórdia, usar as nossas canções, as nossas interpretações ou performances, assim como até os nossos discursos ou quaisquer outras atividades inseridas numa reunião pública para nela “falar aos corações necessitados”, Ele pode também usar o “blecaute”. O que muda é a nossa sensação de incapacidade diante da situação, que, aliás, deveria sempre está presente.


Precisamos aprender a depender mais do que projetar, orar mais do que agir, ser mais e talvez fazer menos... Nunca esquecerei a sábia orientação de quando eu estava inquieto com certa falta de compromisso (ao meu modo de ver) do pessoal da equipe de louvor que liderava, quando o meu amigo e pastor simplesmente sugeriu: “Vai à praia (manhã de domingo de sol) e contempla. Cultiva a tua relação com o Criador e à noite chega para liderar o povo de Deus em exaltação e louvor.”


Mas se a possibilidade de blecaute promete ser uma ameaça, facilmente apresentamos uma solução: “Vamos providenciar um gerador.” Em outras palavras: Quem sabe a gente continua no controle. E será que Deus depende disso?


Saindo dessa esfera de culto coletivo e público para o culto do cotidiano e individual, que tal também observarmos a possibilidade do Pai precisar promover um blecaute num nosso momento de vida, a fim de nos ensinar a d´Ele dependermos mais e mais? Mas, isso, conversaremos em outra ocasião.


***


Augusto Guedes é pastor, empresário no segmento de imóveis, diretor-executivo do Instituo Ser Adorador, e se diz ainda encantado com o chamado de Jesus para segui-lo, mesmo com os difíceis momentos de blecautes da caminhada de vida.


Fonte: Cristianismo Criativo.

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