sábado, 9 de agosto de 2014

Dependência Quimíca, Igreja e a cura

Ultimamente tenho trabalhado num projeto de apoio a dependentes químicos na minha cidade. E apesar de já desempenhar algo parecido na área de prevenção às drogas dentro da Polícia Militar, me faltavam experiência e conhecimento a respeito do tratamento na vida do dependente e dos familiares do usuário, também chamados de co-dependentes.

A primeira coisa que nós aprendemos ao se voluntariar num projeto semelhante é saber que a dependência química é uma doença incurável e progressiva. Portanto, há um tratamento para os dependentes que não é, e nem será, substituído por uma “oração poderosa” de cura.

Vários fatores contribuem para que um indivíduo passe a consumir droga, um deles é o aspecto familiar. Por isso, algumas famílias que recorrem à igreja para ajuda, geralmente vislumbram uma cura imediata, e infelizmente alguns crentes alimentam essa esperança talvez por ignorância em relação ao problema (isso não nos impede de acreditar que em casos específicos a cura pode ocorrer, tendo em vista a vontade soberana e poder de Deus).

Ao conceder entrevista a uma rádio local, um ouvinte perguntou: “o que fazer quando alguém se converte, mas por fraqueza, volta a consumir droga (como o álcool) mas não retorna a igreja por vergonha de saber que a maioria dos crentes o discriminarão?” Poxa, fiquei triste com a pergunta pois acredito ser uma grande verdade ainda no meio de nós. Daí, tive que relembrar ao ouvinte e aos demais, que igreja, na verdade, é uma comunidade de “doentes”, não necessariamente ‘doentes químicos’, mas pessoas que precisam se enxergar como gente em constante tratamento (seja em qualquer área da vida), tendo em vista que ainda somos imperfeitos, e apesar de sermos santos (separados), santos também adoecem, fraquejam, vacilam.

A segunda coisa interessante que podemos pontuar a respeito da dependência química é que o problema central dela não é a droga. O problema real dela são os motivos que levam alguém a ‘fugar’ para ela – emoções, frustrações, curiosidade, modismo, depressão, etc. Daí resta-nos a sincera reflexão de que realmente todos, não só o dependente químico, necessitam de um “tratar”, haja vista, muitos são que lotam os templos são eternos viciados dependentes de tantas outras coisas que pouparei de dizê-las.

Aprendi também que o tratamento ideal para a dependência química não é só uma terapia de grupo – não há receita de bolo. Entretanto o mais importante é levar o dependente e a família a perceberem que ele é um doente, que precisa de ajuda, e que em Cristo nós encontramos o maior presente e a maior cura para nossas vidas.

Quanto aos demais aspectos, vertentes, casos específicos, forma de tratamento, a gente conversa em outro local diferente daqui.

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Antognoni Misael

2 comentários:

  1. Parabéns pelos artigos. Li o sobre os dependentes quimicos e vi o video da entrevista do cantor. Concordo plenamente q estamos longe do ideal de Cristo e que prscisamos muito Dele para sermos cada vez mais parecidos com Ele. Deus vos abençoe.

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