quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Uma reflexão sobre Coragem

Por Danny Galvão
Já faz algum tempo que não escrevo e nem consigo escrever. Certo dia, eu e um amigo fizemos uma parceria, cujo objetivo é escrever textos, com temas opostos escolhidos por ambos,  toda semana. Nesse “contrato” estabelecemos os primeiros temas: medo e coragem. E , eu fiquei com coragem.
Confesso que no momento da escolha achei que seria fácil para uma poeta, como eu, escrever sobre coragem, já que minhas palavras são oriundas de sentimentos expostos ou intímos. No entanto, quando me pus a escrever, não me vieram palavras, idéias ou sentimentos diante desse assunto e tive medo. Como estava sendo difícil a minha escrita, deixei que o tempo cuidasse da inspiração.
Surpreendi-me quando percebi que essa inspiração veio de maneira súbita, após a entrega de alguns currículos em um dos maiores shoppings da cidade. Ela começou de forma sutil, com uma porta automática e trouxe à minha mente circunstâncias de medo. Mas o meu assunto não foi coragem? Exato! Ao sair do shopping, com a inspiração à flor da pele, descendo a passarela que dá acesso ao ponto de ônibus, vi um grafite de um desenho que eu assistia muito quando era pequena: “Coragem, o cão covarde”.
Diante desse instituto, percebi que a coragem não se iguala a ideia da existência  do mal ou da escuridão. Quem já assistiu o desenho, citado no parágrafo anterior, sabe o quão medroso o cão é e, mesmo assim, ele não recua.  Coragem é, simplesmente, ter medo e mesmo assim correr os riscos; é ter medo que aquela porta automática se feche ou não se abra quando você estiver passando e ir ao encontro dela,mesmo correndo os riscos que o medo lhe promoveu; é você ter medo de cair de uma ponte de altura absurdamente linda e mesmo assim se jogar com um elástico amarrado em seu tronco e em seus pés.
Como determinadas pessoas fazem o casamento da paixão com o amor, hoje, eu faço o casamento do medo e da coragem.  Esse casamento possui o mesmo equilíbrio e brigas de um casamento comum e, como sempre, a parte mais emocional(mulheres,normalmente) implica numa  predominância. A coragem tende a ser essa parte emocional, que age por impulso e um pouco de utopia, já o medo  a parte racional, que tem suas ações  ponderadas  e realistas. Por mais distintos que esses cônjuges sejam, eles são loucos um pelo outro, ou seja, eles jamais andam só.
Você se acha medroso? Você se acha corajoso? Eu me acho um pouco dos dois! Sabe o amor e a paixão? Pois bem, eles são os melhores amigos do medo e da coragem. Só quem os conhece, é por que antes temeu e se arriscou. Você já conheceu o amor? A paixão? Então você um dia temeu. Temeu a dor de não ser correspondido; a responsabilidade de um compromisso sério. Mas a coragem também sempre esteve por perto nesses momentos. Era ela que te incentivava em se fazer de bobo só pra chamar a atenção da pessoa idealizada; foi ela que fez você iniciar uma conversa com essa pessoa; foi ela que te deu aquela ideia de mandar flores ou escrever uma carta de amor.
O Criador nos fez tão perfeitos que Ele criou esse equilíbrio abstrato dentro de nós. Ele nos deu a coragem e nos deu o medo. O temor nos leva ao cuidado, a coragem nos leva à realização de sonhos e os dois juntos nos leva à perfeição.

Danny é parceira de ideias e também escreve no: 
 http://www.discursopoetico.blogspot.com/

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