segunda-feira, 9 de junho de 2014

Zumbi Teológico: quem vai sem amar pode estar dando uma viagem perdida


Deus quer que nos tornemos como o Cristo.


Refletir sobre o conteúdo do Evangelho e as formas de levá-lo ao mundo é algo de grande urgência nos dias de hoje. É uma discussão necessária quando se visa a Glória de Deus no processo de redenção dos seus filhos. Então não podemos oferecer o Evangelho aos perdidos sendo desonesto com eles, por isso como bem dizia Lutero, quanto ao amor devemos ser flexíveis como uma cana ou a folha, pois o amor cede, mas quanto à verdadeira fé devemos ser invencíveis, e, se possível, mais duros do que o diamante.


Podemos ter uma boa teologia, saber quem Deus é, como Ele se revela, quem somos nós e o que Ele quer de nós, no entanto, não podemos ser um “xiita fonético” achando que o simples fato de verbalizar a Bíblia ou distribuir centenas de folhetos em praça pública estaremos fazendo o nosso papel. Também não podemos ser escravos dos métodos e estratégias evangelísticas achando que a Palavra de Deus ainda precisa de uma ajudinha.


Não é nada disso. Não é onde quero chegar.


A Palavra de Deus passeia por um canal até encontrar o coração de quem ouve. E esse canal indubitavelmente envolve meios, cujo principal é o diálogo interpessoal através do relacionamento, somado ao respaldo da vida de quem se põe como discípulo. Isto significa dizer que o discipulado não necessita de luzes, músicas, workshop, conferências, entretenimentos, etc. O que o discipulado necessita verdadeiramente é de relacionamento entre membros da mesma raça, de modo igual ao que Cristo fez. Os detalhes...são só detalhes...


Agora, sejamos moderados. O conteúdo do Evangelho é o mesmo e não deve ser alterado nem acrescentado em absolutamente nada - é  o preciso “Evangelho da graça de Deus” (Atos 20:24). Por isso Paulo furiosamente exortou aos Gálatas neste sentido: “se vocês mudarem ou acrescentarem algo ao Evangelho de Cristo, vocês ganharão uma religião, mas perderão o Cristo. Vocês ganharão a Lei e decairão da Graça!”. Afinal Cristo teria morrido em vão? (Gl 2.17)


Para tanto, a forma de se apresentar o Evangelho é aberta, nunca se esquecendo que o relacionamento é a mola-mestra do discipulado. Contudo, ora, se eu posso expandir a Verdade do Evangelho através da música, poesia, literatura, rádio, redes sociais... se eu posso sinalizar para o Reino através de uma postura subversiva em relação aos valores do mundo, por que não o fazer? Posso me utilizar de estratégias de alcançar grupos segmentados? Sim! Por que não? Agora sempre lembrando que as formas não devem alterar nem acrescentar em nada em relação ao conteúdo.


Às vezes temos uma boa doutrina, mas não estamos fazendo uma exegese cultural relevante, concorda? Penso que para o conteúdo glorioso do Evangelho alcance tribos, povos, gangues e grupos diversos, precisamos – sim! - invadir o mundo do nosso próximo! Quando digo invadir lembro de Jo 17.18 quando Jesus ora dizendo: “Assim como tu me enviastes ao mundo, assim eu os envio ao mundo”. Ou seja, Jesus deixou o seu mundo para entrar no nosso mundo. Não obstante, por que não sairmos de nosso "mundinho" para entrarmos no mundo do nosso próximo? Creio que só assim começaremos a experimentar o mesmo sentimento que houve em Jesus, e exerceremos o discipulado mais radical que podemos imaginar.


Portanto gente, há um importantíssimo detalhe nessa questão: o modo de envio de Jesus. Esse modo é revelado em Filipenses 2.5-8 – Ele deixa o seu mundo, se esvazia de si, torna-se forma de servo, homem, humilha-se e morre... simplesmente por amor! Esta sim é a força-motriz do ide de Deus, de Jesus, e do nosso IDE!!


O envio de Cristo pelo Pai foi por amor (Rm 5.8). O nosso envio por parte do Cristo deve seguir a mesma cadência. É o que se chama de empatia. Sem ela fica difícil dar sentido a forma que pretendemos utilizar para levar o precioso conteúdo do Evangelho. Portanto, empatia é se por na disposição do discipulado, se imaginar na condição que esteve o Cristo, é se ver indo para a Cruz de quem deixou seu lugar de Glória, e foi naturalmente por amor aos perdidos.


Ir sem amar pode ser uma viagem perdida! Falar a verdade mundo a fora, por mais teologicamente correta seja, sem crê-la e vivê-la pode nos fazer uma espécie de zumbi teológico.


Não duvide, sobrevoar uma cidade com um helicóptero lotado de literatura cristã sem que haja a mínima vontade de descer lá em baixo e sentar-se à mesa dos pecadores, pode ser um vôo de morte.


Isto é, diante das formas de se ir ao encontro do pecador e do zelo pelo conteúdo do poderoso Evangelho deve haver “um modo”, “uma força-motriz”, “um sentido”, “um fator determinante”, “uma morte”, “um abandono de si”, “uma empatia”, “um amor”.


***


Antognoni Misael.

3 comentários:

  1. Antes de semear o evangelho, é preciso ser transformado pelo evangelho.

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  2. Então porque você esta usando a internet....... Se Deus não precisa de ajuda como você falar neste documentário...

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  3. Lhe aconselho a reler o texto. Parece que não captou.

    Abraço

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