quarta-feira, 5 de junho de 2013

"Granja do Hillsong": alta produção em terra tupiniquin

granja-animais-aves-morremNão venho aqui desmerecer o Ministério do Hillsong. Acredito na relevância deste grupo. Pelo pouco que sei e li, aqueles irmãos têm feito um trabalho piedoso e cristão naquele país, Austrália; além disso, já li informações de que a Darlene Zschech, principal ministra de louvor, é uma serva humilde, sincera, e com uma boa formação bíblica. (indico o post do Nelson Bomilcar sobre a Darlene e Adoração Extravagante)


O Hillsong não é o problema da questão, até por que eu os ouço e conheço muitas de suas canções... O que venho comentar nesta minha breve análise é a infeliz proliferação de ‘grupos de louvor’ e bandas que são verdadeiros clones (mal feitos) dos autralianos.


Em uma de suas canções João Alexandre escreveu: “(...) e mais um ídolo importado dita as regras para nos escravizar” [É proibido Pensar]. Falando-se do Hillsong, eu tenho minhas dúvidas - será que eles realmente querem nos "escravizar" ou cercear? Recentemente, em um culto na Igreja Batista de Campina Grande-PB, o próprio João Alexandre comentou sobre a escola de música da Hillsong na Austrália, e disse que um amigo próximo lhe revelou sobre o apreço que os cristãos australianos têm com a nossa música: “sabe o que eles estudam lá nas aulas de harmonia? – Garota de Ipanema! (Bossa Nova)”, disse o João na palestra. Já o Pr. Nelson Bomilcar, em um Congresso de Adoração (2008 em Pau D’alho-PE) comentou sobre a Darlene: esta em uma de suas vindas ao Brasil teria ficado encantada com a diversidade musical e questionado sobre o porquê de não haver tanta ênfase aos nossos sons dentro de nossas igrejas. No mínimo, estranho! Por estas e outras, não acredito que o Hillsong goste de ser (mal)“clonado”.


Entristece-me visitar as muitas igrejas e encontrar centenas de cópias do “Hillsong” cantando louvores distorcidos, com frases mal traduzidas, musicalidade viciada e ministros despreocupados com a naturalidade na adoração. Muitas das vezes a performance, as roupas, a guitarra quase ao chão, são esteticamente a forma convencional de tentar serem “compreendidos” e aceitos. Além do mais, há uma injustificável desculpa de muitos ‘ministros’ que afirmam que tocar estilo A ou B na igreja não faz sentido porque esta não “gosta” de tal modelo de canção por não conhecer; já outros músicos dizem que o rock estilo Hillsong é muito fácil, prático e de refrão de rápida assimilação. Corro o risco de pecar em dizer isto, mas às vezes penso que há muita preguiça nessa garotada nova, que não separa nem um pouco de tempo pra estudar mais que quatro tipos de acordes, ou ouvir música para além das rádios desse mundo gospel.


Todos que acompanham o grupo Diante do Trono sabem da grande influência do Hillsong no ministério deles. Pois então... nos últimos anos é notória a mudança no formato musical do DT na tentativa de ser uma espécie de filial Hillsong tupiniquin – deixaram para trás aquelas dezenas de musicistas, os metais, os corais, etc. e tal. Está evidente que as texturas das canções do DT seguem as dos Hillsong, sem falar nas tantas canções traduzidas.


Tudo isto não é muito legal. Nessa “granja” australiana em solo brasileiro, não param de nascer “pintinhos” que desejam pular como “cangurus”!


Ponho-me a propor: vamos equilibrar mais a coisa, concordam? Precisamos de uma geração mais ousada, que ame a criatividade, que busque a identidade própria, que se libertem do julgo do modismo; precisamos de músicos que gostem do estudo musical, que se esmerem no instrumento, que abandonem o vício de canções de quatro acordes, que fujam do popular comercial e amem o conteúdo bíblico junto com a contextualização; precisamos de ministros que temam a Deus e não se prendam em querer parecer com a Darlene, Valadões ou algo do tipo. Sejam vocês mesmos! Orem como quem ora no quarto secreto! Cantem como se Deus fosse o seu principal público (como se deve ser), pois tudo é para ELE. Façamos a adoração sem a obrigatoriedade da falsa performance, do contrário, nos derramemos na presença dEle sem que se necessite de aceitação de grupos, líderes ou público. Que o Hillsong seja apenas mais uma das tantas referências musicais na Eclésia! Quando Cristo é o nosso desejo de semelhança, cai-se ao chão a necessidade de se parecer com o "astro" fulano, ou cicrano.


Não podemos dar as costas para a imensa diversidade musical que Deus nos agraciou. Quantas nações queriam ter o privilégio dessa enorme diversidade musical? Falando-se em música cristã, não quero ter a triste infelicidade de constatar que a maioria de nossos “franguinhos” ainda prefere ser subdesenvolvido!


***


Arte de Chocar, com ironia, mas sem perder a ternura.

8 comentários:

  1. Irmão, quando você pronuncia: "Corro o risco de pecar em dizer isto, mas às vezes penso que há muita preguiça nessa garotada nova, que não separa nem um pouco de tempo pra estudar mais que quatro tipos de acordes, ou ouvir música para além das rádios desse mundo gospel."

    Devo dizer que se for pecado, PECAMOS JUNTOS!

    Acho essa galera de hoje MUITO preguiçosa.
    Não existem mais músicos como Ademar de Campos, Asaph Borba, João Alexandre, Marcos Góes, Ron Kenoly....

    Hoje, tudo o que temos nas igrejas se resume a pop rock.

    Antigamente tinhamos diversidades de estilos.

    Onde estão as bandas gospel? Bandas de rock, ska, soul, blues, jazz, pagode.....????

    Tudo que temos hoje é tradução dos gringos, não que seja proibido, mas sim por pura preguiça de escrever, estudar e tentar fazer algo genuíno para Deus.

    Esse assunto muito m aborrece, aff!

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  2. Estive na Hillsong NY e encontrei filas de 800 m pra entrar em 4 cultos diferentes. Não pediram dinheiro, somente pregaram. Eu fico espantado com essas analises que no fundo querem disfarçar a falta de comprometimento do igreja brasileira com evangelismo. Ok, os caras tocam mais simples, mas estão alcançando uma galera que esse "clichê" que musica do Joao Alexandre é boa e o resto é pop e enlatado. Fala sério. Eu fui ao culto lá e foram 30 convertidos em uma pregação simples com musicas simples. Vamos parar de dor de cotovelo e textos que ficam fritando ministérios, a minha pergunta, o que vcs tem pra oferecer para o Reino de Deus alem de críticas?
    Ed

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  3. é muito triste saber que a igreja brasileira imitar os de fora....não temos mais a nossa identidade e sim puro clone ....fico triste em saber que tantos jovens com muitos talentos não se dedicam e usam a sua criatividade para compor e inovar..

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  4. Texto muito bom. Ouvi, em um culto ali agora, uma enxurrada de músicas do Hillsong e, o pior, com aquelas versões ruins do DT.

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  5. não creio que a critica que o texto faz seja ao ministerio Hillsong, até porque ele deixa isso claro no inicio do texto, nem ao fato de se tocarem musicas simples dentro da igreja. tambem não vejo uma idolatria tao grande ao João Alexandre. ele foi praticamente o único a dar a cara a tapa e criticar algo que ele não gosta, é natural citá-lo quando se tem o mesmo ponto de vista. o ponto pra mim é que o brasil, um país de uma diversidade cultural e criativa imensa, está sendo tomado por um mercado que só importa músicas, traduz mal muitas vezes, deixando os ministérios de musica engessados no padrão hillsong. nós podemos sim reter o que o Hillsong tem de bom! a parte das pregações, o comprometimento como vc citou, mas precisamos criar ou importar da melhor forma! sem preguiça! há uma simplicidade grande nos arranjos, mas eles investem em mensagens e timbres que nem sempre chegam da mesma forma nas versões aqui do brasil. é esse o ponto pra mim e é o que eu tento fazer: tanto criando quanto importando, precisamos ter consciencia de pra Quem e por que estamos ali. tudo vai muito alem de musica e gosto.

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  6. Cara, uma coisa é você tocar estilo HILLSONG e outra é você tocar estilo britânico. Beleza, vamos falar do estilo britânico ou seja, vamos falar de gosto musical. Eu escuto hillsong todos os dias, escuto Jesus Culture, Bethel Church,e outros, e eu escuto pelo estilo de adoração, as músicas são muito mais profundas, é claro que se salvar muitos grupos brasileiros, MUITOS... Beleza, vamos falar de estilo músical, a Nívea Soares também, em muitas músicas, toca no estilo Britânico, mas você consegue diferênciar pelo estilo de adoração, de ministração, o DT, nos ultimos 2 anos tem apelado, e no meu ponto de vista, eles estão imitando tudo, até a formas dos palcos, decoração, os temas, e como você falou, até umas músicas saem com frases emboladas, porque há uma necessidade rápida de fazer músicas e mais músicas, e não sai aquelas coisa natural se via nos primeiros cd's do DT... Eu curto demais o estilo britânico, e confesso que escuto até algumas bandas Secular, como ColdPlay, porque gosto do ESTILO, agora oque eu acho errado e imitar pra atingir público em massa, que é oque se mais se ve no meio gospel hoje em dia. O thalles é um cara que tem um estilo único, Por que? Porque o cara tocar o estilo que gosta e ponto ...

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