Por Antognoni Misael
O grande “Raulzito” foi para o beleleu, e mesmo sabendo de sua fama de profeta hare krishna e divulgador dos preceitos da tal “nova era”, não se sabe se na hora da morte qual lugar ele estava ocupando em relação à cruz dos ladrões do calvário. – Alguém se arrisca a chutar? Então. Quem lembra da famosa canção onde o “profeta” maluco dizia: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Pois é, a breve história de algumas igrejas evangélicas em Guarabira mostra que determinadas verdades de Raul pairaram em nossa terra azulada pelas garças brejeiras.
Falo a partir da minha ótica. Na minha infância (década de 80) lembro que fiquei super feliz quando meu pai comprou uma TV 14 polegadas, preto e branco, quando então podia assistir aos desenhos, embora sem cores, filmes, e nos fins de semana a noite, o esperado “Os trapalhões”. Então um bendito irmão, em nome da esquizofrênica religião evangélica, convenceu ao meu pai que vendesse a TV pois ela era a porta do capeta na sala da casa. Isso não foi só em meu lar. Certa vez um líder de outra igreja na cidade orientava seus fiéis a fazerem o mesmo. Pois é, só que um dia a casa caiu, e um irmãozinho ao ir a sua residência o encontrou no seu quarto debruçado como um urso de inverso vendo aquela beleza de “tantas” polegadas, a cores, e com um controle remoto na mão, era a TV top de linha de época, diga-se de passagem.
Lembro também que os crentes se vestiam como andróides empanados e as mulheres não podiam cortar o cabelo, usar calça comprida, brinco, cordão, pulseira, aliás, essa parte da calça na verdade ainda tá no processo de metamorfose. Quanto as bijuterias, só as coitadas das irmãs devem lembrar o quanto foram escarnecidas quando julgavam-nas de “filhas de Jesabel”.
Certa vez já pré-adolescente, um pastor da cidade, ainda vivo, declarou que a igreja que tivesse uma bateria no templo era considerada um bordel, pois bateria era sinal de mundanismo. Hoje o bendito que assim disse, tem uma Pearl linda ao lado do seu púlpito. Meu Deus, acho que o danado do “cam cão” teve uma época de trabalho light, pois os homens lhe atribuíam muita coisa mesmo!
Televisão, cabelo, roupas, instrumentos e ritmos tudo eram abomináveis por parte dos “maluco beleza" em nome Deus . Então atualmente, após quase 21 anos de sua morte, a canção do velho Raul até poderia ser cantada para ilustrar o quanto evoluímos em alguns pontos, porém em outros ainda parece que não! Só sei que se a “velha opinião formada sobre tudo” não estiver fincada e certificada pelo Evangelho de Cristo, ela deve ser jogada no lixo.
Mas a metamorfose não termina aqui. Ela acontece no caminho inverso também. O mundo e suas ideias agora se transformam e se adaptam para viverem dentro das igrejas e no meio do povo de Deus. Venda de indulgências modernas, falsos profetas invadindo a privacidade das pessoas, personalismo, show de fé, diversidades de unções, subidas ao monte, intermediação de vasos, e diversas heresias banalizam o evangelho de Cristo.
“Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou”. Que isso não seja uma verdade em nosso meio.
Adorei o post!!! Muito sensato no que falou... Raul influenciou não só aos seus pensamentos e de sua época como o de alguns que se recusam a ouvir merda(Créu, Chuva de Verão etc.) e procuram cultura real como eu nessa nova geração ...
ResponderExcluirTony sempre mexendo no caldo religioso... Seu texto complementa aquele do "O Sol, o Crente e o Paletó". Também vivi algumas fases difíceis como cristão, quando tudo era pecado. Mas, Cristo nos libertou das manias e paranóias de "crente". Lembro Gandhi: "Não há nada de errado no cristianismo, o problema são vocês, cristãos"
ResponderExcluirJofre
Muito bom o texto! Parabéns!
ResponderExcluirAcredito que esta metamorfose não é privilégio da igreja de Guarabira,não. Está ocorrendo em todos os lugares.
Mas, devo confessar que temo ainda mais a "metamorfose inversa."