Por Antognoni Misael
“Boi com sede bebe lama, barriga seca não dá sono. Eu não sou dono do mundo, mas tenho culpa, porque sou filho do Dono”, são as últimas rimas do poeta paraibano Flávio José na sua canção “Filho do Dono”, e que retrata com tristeza e dor a seca que o Nordeste enfrenta nos últimos dias.
Num país com dimensões continentais onde as várias redes midiáticas costumam alternar entretenimento com tragédia, a população certamente já se acostumara com desastres e novelas. É isso que percebo na sensibilidade passageira do povo. São infindas notícias que se alternam diariamente com tom de drama e passatempo... É o show bussines da vida! Enquanto isso, nós brasileiros, choramos, rápido! Mudamos de canal, rápido! E esquecemos, rápido... Reiniciamos a mente para uma nova notícia se possível de tema fútil como, por exemplo, o futebol de Neymar ou a novela das oito.
Temos culpa. Não somos donos mundo. Mas temos culpa!
O Nordeste geme de dor! Mas não sentimos nada... Breve remoço, pena, talvez. Choro vão. Passa logo, afinal, somos o país da Copa! Olhemos para o nosso futuro!!
Já não nos causa dor ver a fisionomia desiludida do sertanejo, afinal ao que parece eles são acostumados com a falta de chuvas em boa parte do ano. Não! Essa dor é mais intensa! Muitos falam que essa é “a pior seca da história”, similar à vivida pelo Nordeste há 42 anos.
Segundo dados das defesas civis estaduais são mais de 750 municípios em situação de emergência, sem água. Mais de 4 milhões de pessoas em áreas diretamente afetadas.
Segundo notícias da Uol, “no sertão alagoano, rios como o Traipu e o Ipanema, que sempre ajudam a abastecer comunidades rurais nessa época do ano, estão secos. Na Bahia e em Pernambuco, açudes que costumavam garantir a água para os animais também secaram ou estão prestes a secar. Sem poços ou sistemas de irrigação, a única solução é apelar para os carros-pipa”.
“Aqui na região nunca vi uma seca como essa na vida. Já tivemos algumas outras, mas ficar completamente sem água como agora, não ouvi dizer. Só Deus para nos salvar”, afirma José Carlos Nunes, 41, morador de Santa Brígida, no sertão baiano, onde não chove há mais de oito meses.
Precisamos orar por estas cidades e contribuir o mais rápido possível! Façamos isso!(Diante disso tudo, o que me enoja são os vendilhões da fé passando horas na televisão sugando o pouco dos pobres, e subtraindo as migalhas dos ricos...) E o Nordeste agonizando!! Vergonha!!
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