No nosso país passeia um vírus chamado maldição brasileira. A maldição brasileira é cultural, histórica, social e transcendente.
O vírus tem suas fases de crise. O corpo natural, em determinadas épocas e aleatoriamente junta anticorpos na tentativa de expulsar seu maldito jeito corrupto, bandido, hipócrita de ser. Massas vão às ruas, gritos ecoam por todo o céu, avenidas sem enchem de cores e emoções convergem em patrióticos gritos: “o gigante acordou”!
A maldição de fato é hereditária. (Nosso passado colonial nos condena)
Pense bem. Num país onde honestidade é exceção, onde nem faixas de pedestres são respeitadas, onde o tal “jeito brasileiro” desde o “colar” na hora da prova ao furar a fila do banco, de não devolver ‘achado perdido’, do próprio descompromisso com o próximo nas traições dos relacionamentos conjugais, do sonegar impostos, e tantas e tantas coisas... não ser corrupto é uma exceção. O “jeitinho brasileiro” de alimentar esse vírus em nós mesmos e se justificar pela corrupção do político em exercício é talvez o modus operandi de perpetuação dessa maldição na terra tupiniquin.
Malditos somos nós que em épocas de eleições corremos atrás de candidatos em busca de migalhas, que nos vendemos como prostitutos por sacas de cimentos, ordens de gasolina, por promessas de empregos conspirados ou por qualquer outro bem. Malditos somos nós que enchemos as casas de show’s para perpetuar uma subcultura musical onde os mais baixos níveis de poesia não se comparam a depravação do que se canta e se pedagogiza na geração presente e vindoura. Malditos somos nós que abandonamos os livros em troca dos supérfluos conteúdos midiáticos (Globo). Malditos somos nós que tanto criticamos a corrupção do país, mas almejamos cargos públicos para oferecer nosso resto, às vezes mamar na teta estatal e inchar o próprio dedão do pé com o próprio jeito egoísta de viver.
Falando-se em egoísmo... A grande verdade é que esta é uma das facetas desse vírus na maldição brasileira. Sabe aquele necessitado tão perto de nós... morrerá sem a nossa ajuda, pois levantaremos a célebre desculpa de que o governo não oferece uma boa saúde e educação, quando tínhamos a possibilidade de ajudar aquele vizinho desprovido de uma carona para levar o filho ao hospital.
Sabe aquele desejo consumista de ter, e ter, e não cansar de ter, mesmo que “roubando” diplomaticamente de alguém? Não é verme político! É verme do povo! Sabe por que é verdade isto? Porque a solidariedade não é cultural em nosso país, há não ser quando em tragédias... e essa parte não interessa!
Talvez alguém julgue ao dizer que o que foi escrito aqui não passou de devaneios. Ué!? Não foram eles que denunciaram o capitalismo, que balançaram a ditadura, que foram exilados, que até em armas pegaram para defesa do bem comum da nação? Eles são os malditos brasileiros vendidos, omissos, corruptos... eles ensinaram ao povo a ser mais "brasileiro" ainda. E nós continuamos a repetir toda essa corrupção do macro em nosso micro universo!
Chegamos ao magma da corrupção absurdamente aproveitadora. No nosso país até o aspecto religioso entendeu a maldição brasileira. Pastores mentem em TV aberta, enchem suas igrejas em virtude da pobreza alheia, sugam até o último centavo dos fieis desavisados; “astros” que “brilham” mais do que Deus viajam pelo país a fora enchendo suas contas bancárias cobrando valores exorbitantes em nome de Deus, estes demonstram entender desse modus operandi. Triste... Brasileiro gosta disso, de ser inju$to quando o a$$unto é $. Ou você nunca se sentiu com o bolso a$$altado pelo seu semelhante?
Por fim, aonde chegamos? Somos contra a manifestação de rua? Claro que não! Somos contra esse vírus!!
Que o povo brasileiro se levante nas ruas contra a corrupção que há no país, que há em Brasília, que há em nós mesmo...
O gigante acordou!! (não sei se é a sombra dele ou se o é real)
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