sexta-feira, 1 de abril de 2011

UM EXEMPLO DE AMAR A VIDA. UM EXEMPLO DE LIDAR COM A MORTE


O medo da morte é algo natural para quem ama a vida e busca desfrutar dela. Sendo assim, todo ser humano que nasce, mesmo sabendo que um dia vai virar terra de cemitério, dificilmente anteciparia seu fim caso pudesse. Apesar de ser um tema bastante explorado, de Platão a Schopenhauer, a morte continua sendo um inimigo do homem nos dias atuais. Salomão disse melhor do que ir a uma festa é ir a um funeral, pois se na primeira, a breve alegria gera sensação de eternidade, na segunda, o homem cai em si e percebe que o seu fim chegará, e afinal de contas, dará conta dos seus atos em vida.
Esta semana pude chorar um pouco ao ver um valente homem que muito lutou contra o câncer totalizando mais de 15 cirurgias, mas que depois de 14 anos foi vencido por ele. Jose Alencar, ex vice-presidente do Brasil, pôde nos ensinar com seu exemplo de perseverança que lutar a favor da vida não quer dizer não aceitar a morte. Em suas diversas entrevistas onde falava de sua saúde, sempre declarava que não tinha medo de morrer. Era comum ver nas capas de revistas, blogs ou jornais impressos ou televisivos manchetes como esta abaixo:

“Vice-Presidente da República José Alencar afirma que não tem medo de morrer, mas tem medo da desonra. Dá demonstração de fé e coloca Deus, e não o câncer, como o soberano que pode dar ou tirar a vida”
Fonte: Hoje em Dia

Ao escrever sobre José Alencar (nesse exato momento) lembrei de Sérgio Pimenta, um grande compositor evangélico vitimado por um câncer fatal, mas que teve sua vida bem mais abreviada que o ex vice-presidente. Sérgio passou por momentos de solidão no leito de hospital, e penso que Alencar igualmente tenha passado por esses mesmos momentos. Foi lá que semelhantemente ao salmista Davi, Sérgio Pimenta registrou suas angústias em forma de poema:

“QUANDO SE ESTÁ SÓ”

Quando se está só, o silêncio é mais profundo,
As noites são mais longas, o frio mais intenso;
E até a própria sombra parece estar mais junta,
Como se soubesse quando se está só.

Quando se está só, um grito é desespero,
Sussurro é loucura, o estalo mete medo;
E a mão forte aparece e está sempre nos sonhos,
Eternos pesadelos quando se está só.

Quando se está só, se está porque deseja,
Pois ele com certeza não foge de ninguém;
Deus está sempre perto, amigo, abraço aberto,
Convida a ir com Ele pra não mais estar só.


Note que no fim do poema, Sérgio não se desespera, pois recai sobre si a certeza de que Deus está no controle de tudo.
Amados, acredito que é nesse momento de dor e solidão que a certeza de vida eterna deve ser aprovada, a paz e a graça de Deus é o verdadeiro conforto no apagar das luzes aqui.

Mas como disse no início, essa semana pude repensar sobre o que representa a morte para muitos de nós. Poxa. Não sei qual era a religião desse grande político e ser humano tão carismático, nem tampouco sob que lentes ele enxergava a vida e a Deus, mas, sinceramente dá pra parar um pouco e pensar: “será que eu tenho essas mesmas convicções que ele teve antes de morrer”?

Bem, numa época em que ser crente é moda, e que colar adesivo no carro tipo “Foi Deus quem me deu”, “Deus é fiel”, é um barato, dá pra notar que passa pela mente do rebanho (não todo) que morrer é um prejuízo.

Mas a grande “VERDADE” é que o crente não tem medo de morrer.(Opsss) .Você sabia disso? Isto porque ele:




1) “aprendeu” que deve buscar as coisas do alto em primeiro lugar e isso é claramente percebido visto que a cada dia cresce o número de irmãos sedentos pela graça de Deus e pela sede em conhecê-Lo;

2) “aprendeu” que quem achar a sua vida deve perdê-la, por isso ele não vive em função das riquezas e sim em função do próximo;

3) “aprendeu” que o morrer é lucro, por isso vive uma vida cheia de riscos, indo a locais ermos e de alta periculosidade em prol de vidas perdidas;

4) “aprendeu” que deve ser igual a Jesus, sofrer como Ele sofreu, e até ser escarnecido e humilhado como Ele foi;

5) “aprendeu” que é apenas um peregrino nesse mundo, portanto ao invés de semear $$$ em conta bancária, carros, residências, na verdade, semeia a palavra de Deus nas pessoas;

6) “aprendeu” a que morte não é o fim de tudo e sim o fim da oportunidade, por isso a todo instante cumpre o IDE de Jesus para que as pessoas através dele conheçam o evangelho de Jesus e não morram perdidas;

7) “aprendeu” que a qualquer momento sua bateria pode pifar, e por causa disso, vive uma vida de adoração constante, dando sempre o seu melhor a Deus.

8) Enfim, “aprendeu” a lidar com as perdas, com as doenças, fracassos, desastres, pois mesmo sentindo a dor das tragédias da vida, entende a soberania de Deus e que tudo coopera para o bem dele.

Viu como ele não teme a morte? Aliás, essa "geração de adoradores" atual certamente pode ser até chamada de "verdadeiros mártires do século XXI". 

Falando sério. Pergunto:
E eu? E você? Como temos entendido na prática o significado da morte em nossas vidas? Para quem estamos vivendo e até que ponto entendemos que melhor do que as coisas da terra é estar com o Pai na glória celestial? Se as angústias de nossas vidas forem meras preocupações terrenas ou burocráticas daqui, realmente não estamos vivendo como Ele mandou; se não existe medo da morte, o porquê de tanta ansiedade com as coisas daqui? Por que gastar tanto suor naquilo que não nos satisfaz? Por que comprar a custo de dor o que não levaremos para nenhum lugar? 


Por fim, espero que a coragem de José Alencar e suas convicções em vida seja algo também marcante em nossas vidas.

Pois Tua graça vale mais que a vida . Salmo 62.63

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