terça-feira, 10 de abril de 2012

Série: Observador Walter McAlister (2)

M.Z: Existe diferença entre louvor e entretenimento Cristão?

W.M.: Muita. Louvor não é algo que se ouve, é algo que se faz. Há muitas músicas hoje que são simplesmente impossíveis de cantar. São um show de música. Já estive em cultos em que a música da plataforma era maravilhosa, incrível, fora de série, ensaiada, com um arranjo lindo. Mas eu olhava para o povo e ninguém estava cantando. Ninguém conseguia cantar, porque não havia ensaiado as viradas e certas modulações da música. Ou seja, embora o show  fosse lindo, não promoveu louvor e, portanto, não era louvor. Louvor não é algo que se assiste, é algo que se faz. As pessoas não devem ir à igreja para assistir a um culto, mas sim para prestar um culto.

A Igreja coletivamente presta um culto a Deus, mas, hoje em dia, em sua grande maioria, as pessoas vão à igreja para receber ou assistir. Vão embora ao final dizendo “hoje o louvor foi bom”; não porque “eu louvei bem”, mas porque “cantaram músicas das quais gostei, que me fizeram bem. Me emocionei, estou todo suado, todo feliz”. Julgam a qualidade do louvor pela sua percepção, pela sua experiência, pela sua emoção, pelo alento que esse “louvor” proporcionou a elas; quando, de fato, o louvor é um serviço a Deus. Ninguém vai para o trabalho e diz, no final do dia, “hoje eu construí um muro que me emocionou”. Não, ele foi lá para trabalhar e não construiu o muro para o seu prazer, mas para a pessoa que o contratou.

Nós fomos salvos para servir a Deus, para louvar a Deus. Então, quando vamos à igreja é para prestar culto a Deus. O que não entendo é que as pessoas chegam atrasadas ao culto e dizem “ainda estão cantando, ainda não chegou a hora da mensagem, então posso chegar um pouco mais tarde”. Ou seja: percebem aquilo como um interlúdio musical para que os retardatários não se constranjam ao entrar durante a mensagem. Moral da história: as pessoas chamam de louvor o que não é louvor: é entretenimento cristão. E o que deveria ser louvor elas tratam como um espetáculo descartável.

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Pergunta de Maurício Zágari extraída do Livro “O fim de uma era”, respondida pelo autor Walter McAlister. Adquira o livro através do link do autor.

3 comentários:

  1. Li esse livro e ele me edificou grandemente. Agradeço a DEUS pela vida, senssibilidade e simplicidade com a qual o aurtor (Bispo Walter) trata de temas tão pertinentes quantos os que são exposto nas paginas desse grande best seller. Obrigado por nos dá esse privilegio. Que DEUS continue abençoando esses dois homens.

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  2. Simples, as Igrejas institucionais são montadas com o formato de um teatro ou palco de shows. Existe uma plataforma, equipamentos de som e instrumentos cuidadosamente ajustados. Um grupo vai lá na frente e começa a tocar e cantar músicas pré-selecionadas e pré-ensaiadas. O povo, como meros expectadores desse "show" não podem fazer outra coisa senão ser o público desse teatro-show.
    Para piorar o pastor-preletor-conferencista sobe no mesmo palco, se põe atrás de um púlpito e diz o que quer e como quer, ou em alguns casos, como a confissão de fé de sua denominação determina e, findo o show e a palestra, todos vão para casa não com a sensação de que prestaram um culto a Deus, mas de que foram "ministrados" pelos atores principais.
    Tudo muito diferente da imagem que nos é descrita no Novo Testamento onde Jesus ou seus apóstolos estão, junto com os discípulos, em volta de uma mesa, partindo o pão, tomando o cálice e compartilhando de graça aquilo que receberam de graça.
    Algo realmente precisa mudar se quisermos ver o povo mudar de meros expectadores para verdadeiros adoradores.

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