terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O PERIGO DO "EVOLUCIONISMO TEÍSTA" - PARTE 3

teste da feEntão, exatamente como já havia sido dito, essa é a conclusão natural do pensamento daqueles que fazem parte do Teste da Fé. Devemos observar o que a Dra. Ruth falou no lançamento do livro em Recife (12 set 2013):


Gênesis é um livro antigo, mas os cristãos acreditam que ele é verdade. Que é sobre eventos que realmente aconteceram. Mas, como uma estória sobre seis dias de criação pode ser verdade quando a ciência moderna mostra para nós que o universo na verdade tem bilhões de anos? Certamente essas duas estórias são incompatíveis. Então, a questão resumida da resposta de Francis Collins à essa pergunta é que a Bíblia não é um livro de ciências. É possível que uma obra seja verdadeira e figurativa ao mesmo tempo. Os poemas de amor expressam coisas que são profundamente importantes, mas usam uma linguagem simbólica. Por exemplo, meu amor é como uma rosa vermelha, ou como o poema que diz que eu vaguei como uma nuvem. É importante saber qual o estilo da literatura está sendo usado e como lê-lo. Se você nunca leu nada além de prosa e viesse aqui na livraria e comprasse um livro de poesia acharia bastante confuso. Mas se aprendesse um pouco mais sobre o autor, escritor, sobre o estilo usado na escrita e quais as simbologias e símbolos que o autor usou na época em que escreveu esses poemas você poderia começar a entender o significado. Você estaria respeitando a intenção do autor para aquele texto. Naturalmente o Gênesis é mais importante que um poema de amor, mas o princípio em questão é similar.


E mais, ao final de sua palestra a Dra. Ruth ainda afirmou:


Há algumas maneiras significativas de escrever na linguagem hebraica. Elas mostram que Deus é um Deus e estas construções marcam o Gênesis como sendo algo bastante único, diferente de vários outros relatos sobre mitos da criação. Também é importante manter o Gênesis no contexto da Bíblia como um todo. Existem outras histórias sobre criação na Bíblia. Você tem que olhar para os Salmos, para o livro de Jó também.


Em primeiro lugar, já fica claro que a interpretação bíblica da Dra. Ruth é guiada não por princípios hermenêuticos ou exegéticos, mas por elementos externos, e esses são os elementos evolucionistas. Ela mesma disse: “como uma estória sobre seis dias de criação pode ser verdade quando a ciência moderna mostra para nós que o universo na verdade tem bilhões de anos?”. Isto é, se a Bíblia diz algo e a ciência mostra outra conclusão, a opinião cientifica deve prevalecer e guiar a interpretação bíblica. Portanto, vemos claramente que não há uma seriedade teológica na interpretação da Escritura.


Em segundo lugar, o Teste da Fé já parte do pressuposto da confiabilidade da datação evolucionista, que atribui bilhões de anos ao universo. Mas como dar credibilidade a uma opinião científica que apesar de ser apresentada como confiável muda constantemente? Dizemos isto porque na época em que Darwin escreveu Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural (Origem das Espécies), em 24 nov 1859, a idade da Terra era “cientificamente” determinada em 100 milhões de anos; Setenta e seis anos depois, em 1932, passou a ser estimada “cientificamente” em 1.6 bilhões de anos; Quinze anos depois, em 1947, passou a ser estimada “cientificamente” em 3.4 bilhões de anos; E vinte e nove anos depois, em 1976, passou a ser estimada “cientificamente” em 4.6 bilhões de anos até hoje. Para piorar, já sabemos que alguns cientistas estão, atualmente, estipulando outra idade para a Terra e o Universo.


Em terceiro lugar, o estilo literário do Gênesis é negado, esquecido e ignorado, para que o texto seja identificado como um escrito “figurativo”, a exemplo de um poema. Então, a classificação do gênero literário de Gênesis 1 é mudado de narrativa para poético.


Para tratar da interpretação, segundo o gênero literário, Gordon Fee, em seu livro “Entendes o que lês”, faz a seguinte afirmação:


A Bíblia contém mais do tipo de literatura chamado “narrativa” do que qualquer outro tipo literário. Por exemplo, mais de 40 por cento do Antigo Testamento é narrativa [...] Os seguintes livros do Antigo Testamento são compostos, em grande medida ou inteiramente, de matéria narrativa: Gênesis, Josué, Juízes, Rute [...] (FEE, 2008, p.63)


Portanto, o livro de Gênesis não faz parte do gênero poesia, e sim narrativa, e “as narrativas são histórias” (FEE, 2008, p.63). Por isso, a argumentação da Dra. Ruth é falha, especialmente ao tratar o Gênesis como poesia para lhe dar outra interpretação que não aquela que está clara e implícita no próprio texto. Porém, a defesa dos Evolucionistas Teístas está em afirmar que apesar de Gênesis ser uma “narrativa”, o capítulo 1 apresenta elementos distintos que o assemelham à poesia. Contudo, isto não é verdade, especialmente diante daquilo que Betty Bacon propõe em seu livro Estudos na Bíblia Hebraica, sobre Gênesis 1:


Os motivos de lermos este relato magnífico em hebraico são vários e de peso.


Primeiro, é modelo de narrativa clássica, cheio de dignidade e beleza, sem enfeites desnecessários ou repetições sem propósito. Aqui a grandiosidade dos fatos – aparece num estilo e numa linguagem adequada, que se encontram à altura do tema majestoso.


Além disso, é registro que veio a ser a base de muita meditação posterior de profetas e apóstolos, que nele iriam basear doutrinas importantes. Haja vista como Isaías, Amós e Jonas se referem ao fato chave da criação, para demonstrar a superioridade de Deus aos ídolos e Sua soberania total no mundo que Ele criou. Veja Is 40.18-28; Am 4.13 e 5.8; Jn 1.9. Observe também os reflexos dos primeiros capítulos de Gênesis nos escritos de Paulo, onde os fatos da criação são o alicerce essencial de teologia chave. (BACON, 1997, p.59)


Bacon afirma, portanto, após estudo do texto em seu idioma original, que o capítulo 1 de Gênesis não é do gênero poesia, e sim narrativa do tipo clássica. Também, é observado que a literalidade de Gênesis serviu de base para a formulação de “doutrinas importantes”, tanto por parte dos profetas como dos apóstolos. Isso quer dizer que a distorção do texto de Gênesis ou a sua interpretação de outra forma que não seja a literal (histórico-gramatical) levará à modificação de diversas outras passagens e doutrinas da Escritura. Ou seja, a aceitação do evolucionsimo teísta, que rouba a literalidade do texto bíblico, não é algo simples e sem consequências, mas uma ação que desencadeará em uma série de desdobramentos na forma como a Escritura será vista e aceita.


***


Fonte:Vinacc.

Um comentário:

  1. O texto é narrativo; mas Deus é poeta.

    E as infinitas revelações que o Espírito Santo nos dá num mesmo trecho bíblico? A Palavra não é literal nem relativa, mas subjetiva.

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