sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Política e Igreja

Aproximam-se as eleições, e nos mais radicais chega a dar calafrios quando o assunto é política no seio das comunidades evangélicas. As aberrações são tamanhas, que grande parte dos evangélicos têm se fechado para assunto. Até que ponto isso bom? O porquê do descrédito? O que a bíblia diz a respeito?

A Bíblia enfatiza muitos benefícios conquistados pela presença de homens de Deus junto às decisões políticas. Mardoqueu, por exemplo, impediu que muitos “dos seus” fossem mortos nos relatos do Livro de Ester, por que estava lá: no cerne político do Império Persa. E o que dizer de José, que como tantos outros, pôde lutar pelos princípios em que crera, fazendo prosperar um império no primeiro escalão político do Egito Antigo.

Então é bom a igreja envolver-se, certo?! Não exatamente. Muita coisa mudou desde os tempos bíblicos e eu que nasci num lar cristão já presenciei coisas que fariam Mardoqueu se contorcer em seu túmulo (calma xiita, foi só uma figura de linguagem). Bom, eu já vi santinhos (panfletos onde na maioria das vezes o fotografado não tem nada de santo) serem distribuídos na saída do culto; políticos ligados ao ocultismo e a ritos pagãos tomarem lugar no altar como se fossem uma referência eclesiástica a ser seguida; o fato de nos bastidores da política já existirem cotações financeiras (com cifras elevadas) sobre em que líder evangélico “investir” (comprar) para agregar votos da massa gospel.

Estarrecedor ouvirmos o termo “porteira fechada” ao se referirem ao dinheiro pago para se ter o apoio integral de uma igreja. Líderes que abdicam de seus chamados para lançarem-se politicamente, cedendo à pressão de um sistema sujo envolvendo-se em escândalos de corrupção. Eis o porquê do descrédito. Da repulsa de falar em política dentro das igrejas.

Sem generalizações, muitos líderes contemporâneos, se fossem transportados para os tempos bíblicos de José, facilmente fariam acordos escusos com Faraó a fim de calar seus comandados e perpetuarem-se no poder (sei que já viu esse enredo por aí). A representatividade nos tempos bíblicos servia ao povo de Deus e seus princípios, hoje, no entanto, vê-se comumente o povo servindo à representatividade - fiéis como moeda de troca de vantagens financeiras.

Uma coisa é certa, os evangélicos estão mais esclarecidos, mais críticos. As insanidades de outrora já não colam mais, e já é possível acompanhar mais de perto a postura de nossos representantes. Façamos os devidos filtros à luz do evangelho, sem nos esquecermos das consultas acerca da idoneidade pregressa de nossos candidatos. Oremos para que Deus levante “Mardoqueus” nessa geração, pois abster-se da política é mais prejudicial à igreja que aos políticos que queremos punir. Certos ainda, de se fazer real o grito incólume de um Brasil melhor, onde: “Quando o Justo governa o povo se alegra, mas quando o ímpio domina o povo geme.” (Provérbios 29:2)

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O texto é de Júnior Martins, gente inconformada com o sistema e que colaborou com nosso trabalho através desse texto pertinente.

3 comentários:

  1. Um texto digno de ser lido. Que com certeza causará propilaccia em muitos que se encontram embaraçados nessa "teia".

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  2. concordo Com o nobre profeta Junior Martis , não devemos ser omiços com nossas o obrigações mas também não devemos pactuar com o sinismos e a falta de moral e ética . Sabemos o quanto importante o justo governando por que o povo se alegrará... Temos muitas soluções em bilhões em remédios , em ciência em cultura porem o foco do que e governar não adiantará todo esse ivestimo sem o seu real sentido.. Oramos para que Deus levante seus arautos para pelejar em favor do povo, pelo povo e para o povo. PR. Paumo Nascimento, escritor , conferencista

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  3. Abramos os olhos. Nossa postura hoje definirá a credibilidade da Igreja amanhã.

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