quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A ditadura da beleza em "A Liga"

Por Antognoni Misael
No último dia 02 de Janeiro o programa A LIGA, transmitido pela Band TV trouxe à tona o tema da ditadura da beleza. A equipe do programa caiu em campo e problematizou a questão que ao que se parece, já não é novidade para nós brasileiros.
Como a proposta do programa não é só apresentar o tema, mas vivenciar e se submeter às experiências propostas, desta vez não foi diferente. 
O mais preocupante de tudo isso é que existe uma busca incessante por um corpo perfeito. Um corpo reinventado de épocas em épocas e cujos indivíduos logo relacionam bem estar, autoestima e felicidade a simples curvas corporais, cor e/ou tipo de cabelo, massa muscular, etc.
A Psicóloga Maria Cristina de Lucia, em uma entrevista a revista “Isto é”, afirmou que a preocupação excessiva com as formas é um fenômeno em crescimento e sinal de uma sociedade individualista. E de fato é – concordo! A beleza não é uma mera concepção centrada no “eu”. Ela surge acoplada a um aparato midiático que ao mesmo tempo abastece uma indústria da beleza, onde ambas trabalham sob a lógica do consumo, alimentando um monstruoso ciclo que impõe e escraviza mulheres e atualmente os homens que resolveram entrar na briga. Logo, pessoas que aprendem a consumir deliberadamente, tendem a viver num individualismo agudo em prol de seus próprios desejos: corpo, prazer, e em alguns casos chegando a se tornar puro narcisismo.
Quando na década passada o padrão de beleza feminino pautava-se na magreza do tipo Gisele Bündchen via-se mulheres na busca quase que desesperada por uma magreza estranha, às vezes anorexa. Tudo em nome de um corpo ditado pela mídia. Todavia hoje, a moda da gostosona turbinada ou do tal homem marombado tem sido uma verdadeira epidemia. O corpo parece se tornar um objeto cujas peças podem ser facilmente mudadas, e para isso, as lipos, implantes de silicone e variadas cirurgias plásticas cumprem um papel mais psicológico do que físico ao trazerem a realização pessoal dos pacientes e como muitos deste declaram “trazem de volta a autoestima”.
O segredo da felicidade não está num peito siliconado ou numa perna turbinada. Todas estas coisas passam e nem sempre significam um corpo saudável, mas sofrido, violado e de "plástico"... Outra coisa: quem duvida que daqui a 10 anos a moda não seja seio minúsculo  (paras mulheres) e braço fino e comprido (para os homens)? Os modelos de belezas surgem de cima pra baixo, e ái daqueles que fizerem "alterações eternas", certamente serão surpreendidos com uma aparência de belo inversa aos seus dotes corporais.
Procure a beleza da simplicidade. Nada de exageros. Nada de inconsequência. Equilíbrio entre mente e corpo é tudo. Fica a dica! 

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