quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Susto de Ana Maria

mais-voce-receitas-de-hoje-com-ana-maria-bragaNo programa matinal Mais Você do dia 02 de Abril de 2013, após uma matéria sobre as finanças do lar e qual dos conjugues exercia o controle sobre o dinheiro, a apresentadora Ana Maria Braga passou a perguntar à sua equipe de produção acerca de como se dava esta relação nos relacionamentos destes.


Após algumas respostas, a apresentadora decidiu entrevistar um dos funcionários de mais idade, a fim de saber como pessoas casadas há muitos anos lidam com a questão das finanças do lar e foi neste instante que ela foi surpreendida: o membro da produção entrevistado era recém-casado, mais especificamente a 9 meses, e estava em seu oitavo casamento. As expectativas de sua pergunta foram frustradas, pois aquele senhor de idade não cultivava mais um relacionamento duradouro, como podia aparentar.


De fato, não posso dizer ao certo o quanto Ana Maria se surpreendeu com aquilo, pois na sociedade em que vivemos tal descaso com o matrimonio, para nossa vergonha, não tem sido algo tão raro. É bastante comum o acumulo de divórcios consecutivos assim como uma infinita gama de novos casamentos, numa espécie de loteria desenfreada em busca de uma felicidade conjugal utópica, egoísta e inalcançável.


O desprezo as recomendações bíblicas, como por exemplo as encontradas em Efésios 5:22-28 e1 Pedro 3:7, aliados à expectativas infantis e irreais, são a causa visível da ruptura com o conceito de divino do casamento como uma aliança que não pode ser desfeita, uma união indissolúvel. Mas na sociedade de mercado em que vivemos, onde até mesmo as relações afetivas são vistas como produtos que podem ser trocados ou devolvidos, não há espaço para nada que seja eterno.


O susto maior não deve pertencer aqueles vivem segundo o curso deste século, com suas mentes obscurecidas, mas nós, povo de Deus, é que devemos ficar perturbados diante de tamanha distorção, que muitas vezes invade as portas de nossos templos.


E esta reflexão merece ainda um aprofundamento: ao ser questionado acerca de sua conduta, o homem ainda alegou que na sociedade de hoje as pessoas namoram como se estivessem casados, mas no entanto dormem em casas separadas, e ele optou por casar de uma vez ao invés de namorar ou noivar. Neste sentido, ele não está completamente errado. Os relacionamentos “pré-casamento” tem roubado elementos que pertencem tão somente àquele, e não digo isto somente com relação ao sexo, mas também a certas intimidades sentimentais e obrigações e deveres que só pertencem aqueles que são cônjuges.


O escândalo de condutas como esta deve nos levar a refletir sobre a desvalorização do sagrado vínculo conjugal, mas também deve nos exortar a respeito dos relacionamentos que temos cultivados antes do enlace matrimonial, como namoro e noivado, pois muitas vezes estes nomes são apenas camuflagens para verdadeiros casamentos irregulares, em oposição frontal à vontade revelada de Deus. Ainda que o mundo caminhe cada vez mais neste tipo de conduta, a igreja de Cristo não pode se conformar com isto e deve andar de forma a revelar os valores eternos do Reino de Deus, os valores da imutável Palavra de Deus.


Se nós não nos assustamos ao se deparar com este quadro terrível, talvez nosso coração esteja menos sensível do que o da própria Ana Maria Braga, o que é bastante sério e preocupante. O problema é que igreja tem se acostumado a ser um simples Louro José a repetir os ensinamentos torpes que o mundo propaga. Isso precisa mudar.


Deus nos ajude.


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Rodrigo Ribeiro é colunista da UMP da Quarta, bacharel em Direito e músico. Além disso é um amigão e irmão em Cristo.

Um comentário:

  1. E esta reflexão merece ainda um aprofundamento: ao ser questionado acerca de sua conduta, o homem ainda alegou que na sociedade de hoje as pessoas namoram como se estivessem casados, mas no entanto dormem em casas separadas, e ele optou por casar de uma vez ao invés de namorar ou noivar. Neste sentido, ele não está completamente errado. Os relacionamentos “pré-casamento” tem roubado elementos que pertencem tão somente àquele, e não digo isto somente com relação ao sexo, mas também a certas intimidades sentimentais e obrigações e deveres que só pertencem aqueles que são cônjuges.

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