Por Antognoni Misael
“Quando eu soltar a minha voz, por favor, entenda, que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando...” [Gonzaguinha]
Gente, Thalles Roberto é um fenômeno da música gospel (Dái ao 'gospel' o que é do 'gospel' e daí a Deus o que é de Deus).
Thalles é talvez o único ícone do gospel que possui validade em sua arte. E o que chamo de Validade? Refiro-me ao conceito sugerido por Francis Shaeffer cujo artista passa a ser honesto consigo mesmo e com sua cosmovisão. Quem acompanha as músicas do Thalles sabe muito bem que suas composições são baseadas em emoções pessoais relacionadas ao seu testemunho e experiências do passado e presente. Portanto, no que tange a validade, e ainda com uma bela pitada de originalidade, não temos o que discutir.
Quando outrora elogiei sua arte, poucos deram crédito; quando critiquei sua música, o vírus se espalhou. Coisas de blog. Foge ao nosso controle. Mas, tudo bem, vamos lá ao que interessa...
O que me motivou a escrever este texto foi a grande validade que encontrei na nova canção de Thalles chamada “Pai, eu não confio em mim”. Em oposição ao “Eu escolho Deus” do CD passado, nesta, o cara rasgou o coração e sem vaidade alguma confessou que quando as propostas do mundo vêm, ele não confia em si mesmo.
Baseado na passagem em que o apóstolo Paulo afirma em Romanos 7:18-19 que em sua carne "não habita bem algum" e que "não consegue fazer o bem que quer, mas o mal que não quer esse o faz", o cantor amplifica a visão bíblica encontrada na doutrina da Graça de Deus. Isto é, que Deus é quem opera em nós (Fp 2.13), através de nós, pois em nós, por não haver mérito algum quanto a salvação e ao desenvolvimento dela, qualquer inclinação para que vivamos desfrutando da presença de Deus em nossas vidas é fruto de Sua própria Graça, sendo assim, de fato, realmente não confiamos em nós mesmos, mas em Deus que é doador de toda boa dádiva. Glórias a Deus por isso!
Não vejo dúvidas de que a canção é extravagante, porém sincera, e cheia de veracidade. Acredite!
Quem conhece e acompanha o Thalles (até mesmo pela mídia) percebe que ele é um ser intenso e emotivo em seu temperamento. Claro que isso pode ser bom, mas quando transferido equivocadamente para a sua música, pode gerar alguns agravantes com deslizes teológicos, como apresentamos na canção “Filho Meu” (inclusive do atual álbum).
No entanto, em “Pai, eu não confio em mim”, digamos que... EMOÇÃO e VERDADE se encontraram. Ouça a canção e atente para a letra:
Diante de tudo que ouvi nesta bela canção a qual falou ao meu coração, assim como diante de tudo que vem acontecendo com esse, ora, ídolo gospel, ora, Boneco Talleco, ora servo quebrantado, algo abrandou mais ainda meu coração para compreender "Pai, eu não confio em mim". Por isso eu jamais terminaria este texto sem agradecer a ajuda do grande Gonzaguinha. Portanto:
Thalles,
Quando abrires a tua garganta
Essa força tanta
Tudo que você cantar
Estarei certo,
Que estarás vivendo
Vejo o brilho dos teus olhos
E o tremor das tuas mãos
E o teu corpo tão suado
Transbordando toda raça e emoção
E se tu chorares
E o sal molhar o teu sorriso
Não te espante, cante
Que o teu canto é minha força pra cantar
Quando soltares a tua voz
“Filho meu”, entenderei
É apenas o teu jeito de viver
O que é amar
Quanto ao finalzinho da canção vamos deixar isso pra lá....digamos que foram "palavras por palavras de uma pessoa se entregando..." Mas, qualquer dúvida sobre esse mistério, é só clicar AQUI.
Obrigado pela canção Thalles! De coração.
***
Antognoni Misael
Ótimo post!
ResponderExcluirSou admiradora do trabalho (leia-se músicas) do Thalles desde "Na sala do Pai", justamente por perceber em suas canções tamanha autenticidade. Quem tem conhecimento do testemunho dele sabe que ele compõe e canta situações que ele realmente viveu. Porém, há algum tempo venho perdendo o "encanto" que tinha pelo cantor, talvez pelos quase que intermináveis gritos que, de tanto se repetirem, já me irritam muito; ou talvez porque a febre passou pra mim. Acho que li todos (ou quase) os posts do site sobre o Thalles, e fico feliz por não encontrar apenas um monte de críticas sem fundamento. Os pontos positivos são devidamente evidenciados, o que faz os comentários do tipo "não toque no ungido" não terem cabimento algum!
"Sejam cheios do Espírito Santo" foi um álbum que ficou aquém das minhas expectativas, mas essa música, sem dúvida, é uma das melhores do CD. O paralelo com a música do Gonzaguinha foi ótimo!
Outra que merece atenção, justamente por mostrar tão claramente essa autenticidade nas composições do Thalles é: "Dias de sucesso". O que acha?
Paz!
Parabens mano Misa! Belo texto.... e bela canção realmente... e a comparação com o Gonzaguinha... uff!!
ResponderExcluirMuito bom Tony, aos poucos vai gosta do Thalles. kkkkk
ResponderExcluirpost muito bom! o thalles acertou desta vez!
ResponderExcluirHum, entendi o que vc escreveu sobre o finalzinho...
ResponderExcluirOk! Deixando pra lá, a música é realmente boa. Estava muito frustrada com aquela dos 3 e Filho meu.
Bela crítica!
Pois é...rs
ResponderExcluirSinceramente, ouvi o sinalzinho da canção quando estava terminando post.
Mas...aquilo é outro assunto, não é?
Valeu Danilo. rs
ResponderExcluirEu gosto do Thalles cara.
Só não gosto quando das letras que são esquisitas e tmb não curto muito o mundo gospel e suas vaidades.
Mas a música é boa. Aliás, foi vc quem primeiro me falou dela.
Toninho,show de bola, sempre bem fundamentado!
ResponderExcluirEssa música transmite meu sentimento para com Deus. Arrepio-me em ouvi-la
ResponderExcluirMuito bom Toni, como sempre, você faz contundentes críticas.
ResponderExcluirAcho que só faltou falar algo sobre o final da música, onde Talles canta, mais ou menos assim, numa escrita aportuguesada:
“Chore lenê banabachuri e canterê banabachurique ôôô...
Charanana bachuri e andelê babacoi iê e elessurimi canterê bachi ôôô...
Chirimini canterenê banabachuri miandi delê cetê caramassui elevás ôôô... vai ôôô... vai vaiii...”
Você direcionou pra outra postagem sua, mas, “você sabe”, o povo é preguiçoso. Acho que você deveria ter falado algo aqui mesmo, mesmo que não seja muito.
Pois é Adiran...tmb pensei nisso.
ResponderExcluirO Thalles fez um bela canção, mas...que pena quanto ao final dela.
Depois daquele dialeto gospellical, realmente não dá pra confiar no Thalles. hehe
Pena que não entendeu a mensagem de "Filho Meu".
ResponderExcluirPosso ter entendido o que ele quis dizer, no entanto, disse errado. Para ser do jeito que ele idealizou, deveria ter usado outras palavras.
ResponderExcluirÉ sim! rsrs
ResponderExcluirSem querer ser chata, mas já sendo, onde estão aqueles que criticaram o post da música "Filho meu"?
ResponderExcluirQue coisa, não?
;)