segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SOBRE IRON MAIDEN, ARTE E MÚSICA #MINHA DICA!

Por Antognoni Misael

Esta semana o post do Pr. Márcio de Souza cujo título é IRON MAIDEN É DO CAPETA! causou certa polêmica. Apesar do texto não ser meu, alguns leitores me criticaram bastante. Alguns por acharem que aquelas palavras eram minhas, outros por pensarem que aquela é exatamente a minha opinião.

Vamos deixar acertado o seguinte, nem tudo que eu posto significa que corresponde perfeitamente com o meu pensamento - afinal de contas ARTE DE CHOCAR, é arte de PROVOCAR o seu pensamento, a sua OPINIÃO. Então, quando eu desejo opinar sobre determinado assunto, eu mesmo escrevo ou faço uma nota em baixo do texto.

Quanto ao texto polêmico, de fato, o post do Márcio foi raso, rápido, e ficou claro que ele não quis discutir o assunto de forma alongada, apenas provocou, soltou a bomba e saiu. Até porque, quem acompanha o seu blog sabe que ele já escreveu e reescreveu incansavelmente sobre este tema.

O engraçado é que alguns leitores me pressionaram dizendo: "você fala mal do Thalles e defende Iron Maiden". Não é bem assim! Nunca dediquei um post pra falar mal do Thalles (sua vida particular não me interessa), assim com nunca escrevi sobre o Iron Maiden. Portanto, para por bem os pingos nos "is", e para tornar minhas perspectivas claras em relação a Arte e ao Artista, sugiro que leiam este texto abaixo, relacionado a Série ARTE SÃ que escrevi.

P.S.: Quando vocês lerem "ARTE", entendam também como MÚSICA.

Como avaliar uma obra de Arte?

“QUANDO DEUS NOS SALVA, SOMOS COBERTOS PELO SANGUE DE CRISTO E PRECISAMOS LEVAR A SÉRIO ESSE SENHORIO COMO UM TODO”. Era assim que pensava Francis Schaeffer, teólogo americano que influenciou a cultura cristã de sua época, como ainda hoje o faz.

Pensando a partir desta lógica, desmistificamos a tradição de valorizar apenas os aspectos religiosos da vida e passamos a glorificar a Deus também nas chamadas áreas seculares (1Co 10.31).

Esta cosmovisão estancou no decorrer da história da igreja e produziu um comportamento enrugado onde a cultura religiosa afastou-se e isolou-se da cultura dita secular. O papel de o cristão ser sal e luz chegou então a um nível de hostilidade para com o meio, fortalecendo na segmentação e construções de barreiras e tradições meramente humanas, distanciando-se cada vez mais de uma perspectiva influenciadora, como propôs Cristo. A igreja, despreparada para lidar com o diverso, passou a ver a arte secular como um exercício de desperdício de talentos, ou quiçá, um exercício de louvor ao diabo.

Francis Shaeffer

“Quando Deus nos salva, somos cobertos pelo sangue de Cristo e precisamos levar a sério esse senhorio como um todo”. (Francis Schaeffer)

Diante desse panorama entre cultura, arte e igreja, Francis Shaeffer em sua obra “A arte e a Bíblia”, enumera vários conselhos voltados para o cristão no intuito de redefinir uma relação sadia entre a igreja e a arte. Outra obra relevante trata-se de “A arte não precisa de justificativas” (Hans RookMaaker), cujo autor, de forma madura observa que o mistério da beleza é algo intrínseco a Deus. Foi Ele quem fez a criação com beleza, assim como toda sensibilidade e prazer para com as formas e cores são dádivas dEle.

Não precisamos ir longe pra notar que o belo é nossa sina, as nossas escolhas são cotidianamente deferidas a partir de processos mentais na direção da satisfação do belo. Seja na ornamentação da casa, na cor de um automóvel que se compra, na beleza de um porta-retratos, no design de eletrodoméstico, no modelo de um instrumento musical, na roupa que vestimos, no corte de cabelo, etc. Desejar e definir os padrões de beleza ao nosso redor é um exercício universal do homem. Queremos o Belo. Sempre!

Então você pode me perguntar: por que uma obra de arte tem valor? Eu te digo, porque ela é uma obra de criatividade, e a criatividade tem seu valor porque Deus é o criador. (Jo 1.1-3)

Entretanto, foi pensando neste prisma que Shaeffer nos sugeriu formas de se avaliar uma obra de arte, na tentativa de reatar o relacionamento saudável entre o cristão e as artes. Sendo assim ao nos depararmos com uma obra de arte o autor sugere QUATRO PADRÕES DE JULGAMENTO:

1) Excelência Técnica: na pintura, por exemplo, podemos dizer que não concordamos com a cosmovisão do autor, porém, fincado só a este parâmetro, não podemos dizer que ele não é um grande artista. Isto é, mesmo não concordando com a ideia do autor, não podemos rejeitar sua simetria, precisão dos traços, domínio das técnicas sobre a tela, etc.

2) Validade: é a análise se o artista é honesto consigo mesmo e com sua cosmovisão, ou se só faz arte por dinheiro ou pra ser aceito. Há artistas que tem uma excelência técnica incrível, mas prostituem sua arte, banalizando-a a gosto do freguês a ponto de ele não ter vínculo algum com a verdade do sentimento gerador do resultado belo.

3) Conteúdo / Cosmovisão: é a visão de mundo do artista. Para que esta seja boa, agradável, recheada de virtude, precisa ser respaldada pelas Verdades de Deus, não maculando-as e sendo julgadas sob o crivo das escrituras - e em muitos casos isso independe do lugar religioso do artista. Portanto, assim como reconhecemos que tal obra tem excelência técnica, poderemos também apreciá-la e em seguida dizer que sua cosmovisao é correta ou equivocada. A excelência e validade potencializam a cosmovisão, mas não devem ser jogadas no lixo por causa de algum equivoco.

4) Integração: é a relação entre o conteúdo e veículo. Este item é extremamente importante e requer certo bom senso. No meio musical, por exemplo, há integrações medíocres. Letras alegres em melodias tristes, vice-versa. Este fator é determinante para o sucesso final da obra. Saber temperar bem a integração entre os elementos gerais da arte é dar o carimbo final de seu sucesso.

Gente, encerro esta série de quatro postagens dizendo que no geral precisamos ser pessoas criativas como um todo, ninguém deve buscar ser criativo para ser aprovado por Deus, mas porque tem prazer nEle, quer dar o seu tudo da melhor forma e em todas as áreas.

Contemplando Fé e arte, compreendo cada vez mais que nosso alvo é os céus, nossa gloria é celestial, mas que enquanto estivermos no mundo precisamos viver para adorá-lo em todos os sentidos entendendo que o Seu senhorio não é parte da realidade, mas um senhorio como um todo reconhecendo-o como autor e da criatividade humana!

"Todas as artes procedem de Deus e devem ser consideradas criações divinas" (João Calvino)

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Antognoni Misael

2 comentários:

  1. Tony, você é o cara! Muito bom!

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  2. Não teria como eu não deixar aqui as minhas palavras depois de um belo e maravilhoso texto desse!Glorifico a pelas suas vidas e pela busca e dedicação de estar postando assuntos como esse,assuntos que precisa ser expostos para abrir a mentalidade das pessoas.Eu sou desenhista,amo muito oque faço,não vivo da arte mas faço porque gosto do que faço e quando li esse texto me chamou muito a atenção as colocações das palavras ainda mais ao mencionar o Criador,isso é tudo,pois todas as coisas foram feitas por ele através dele e para Ele..Um grande abraço Prado Neto.

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